A Cidade Invicta conta este ano com 206.848 eleitores. Há 11 candidatos à presidência da Câmara.
Na contagem decrescente para as Eleições Autárquicas, que terão lugar no final do mês de setembro, a RTP realiza um ciclo de 22 debates. Reveja aqui o debate do Porto na íntegra.
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Tem 46 anos, nasceu na Figueira da Foz e tem raízes familiares no Porto, onde se licenciou em Gestão pela Faculdade de Economia. É diretor financeiro num “grande grupo do setor do turismo”, escreve o candidato no site do Volt Portugal.
“O meu percurso profissional sempre se fez em empresas multinacionais tanto em Portugal como no estrangeiro, o que me permitiu abrir horizontes e perceber a importância de uma Europa verdadeiramente federal” - adianta André Eira.
É adepto de râguebi, que praticou durante alguns anos, e gosta de “viajar, conhecer novas culturas e realidades diferentes”.
Implementar um programa de rendas acessíveis e reduzir a dependência da região para com o setor do turismo são os dois grandes objetivos do Volt, partido pan-Europeu fundado em 2017, para a cidade do Porto.
“O Volt tem uma maneira diferente de fazer política diferente. Nós não criticamos apenas por criticar, apresentamos propostas concretas e realistas, e esperamos que o nosso programa seja do agrado e da compreensão de todos os portuenses e que se traduza pelo menos num lugar na vereação aqui na cidade do Porto” - afirmou André Eira na apresentação da sua candidatura.
O candidato aproveitou para criticar a excessiva dependência económica do Porto para com o setor do turismo, algo que, considera, exige alternativas concretas.
Por outro lado, continuou, o Volt Portugal defende a criação de um ‘cluster da saúde’ que promova sinergias entre investigadores, faculdades e hospitais.
O objetivo é “criar todo um polo e um ‘cluster’ que traga maior investimento estrangeiro ao nível da saúde”, disse.
Ao nível da habitação, o candidato prioriza o desenvolvimento de programas que contribuam para o mercado de arrendamento acessível, nomeadamente através da criação de cooperativas de habitação.
“O nosso projeto propõe para a cidade uma mudança no paradigma da sua gestão autárquica apostando na revitalização económica pós-pandemia, nomeadamente dos setores do comércio e do turismo mas que também proporcione Mais Habitação, Mais Saúde, Mais Desporto, Mais Mobilidade para todos os Portuenses”, escreve Eira no Facebook.
É presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto (ABZHP) e subscreveu, este ano, uma petição enviada à Assembleia da República que exigia apoios financeiros do Estado ao setor devido à crise provocada pela pandemia de covid-19.
Há oito anos que preside à União de Freguesias do centro histórico do Porto (Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória), tendo sido eleito pela primeira vez em 2013 e reeleito em 2017 pelo movimento independente de Rui Moreira.
Em 2015, porém, o presidente da Câmara do Porto retirou-lhe a confiança política, argumentando que António Fonseca assumira posições e decisões políticas que não espelhavam os princípios de “lealdade e solidariedade” do movimento independente.
Nunca foi filiado em qualquer partido, mas este ano decidiu aceitar o convite do Chega para encabeçar a corrida à presidência da Câmara. Aceitou-o porque, segundo disse em entrevista ao Observador, o partido “põe a mão na ferida” e carrega bandeiras em que acredita, entre as quais a segurança e a corrupção.
“O meu objetivo é continuar o trabalho em favor da cidade que está no nosso coração e na nossa alma” - lê-se na página oficial do Chega.
“Estou a candidatar-me para recuperar a união entre os portuenses! O Porto e os portuenses merecem mais e melhor”, acrescenta o candidato.
Descontente com o modo como o Porto está a ser governado, António Fonseca aponta como pilares da sua candidatura a mobilidade, a habitação, a segurança e a economia e desenvolvimento.
“A questão da transferência de competências para as Juntas face à promessa, falhou, mas o que agravou mais a situação foi, durante o período do estado pandémico, a Câmara Municipal do Porto não ter o mínimo de preocupação com todo o tecido empresarial do seu concelho”, criticou recentemente o candidato, em entrevista a membros da Juventude Chega no Facebook.
No que diz respeito à mobilidade, Fonseca alerta que “a cidade está um caos, está bloqueada”, com um sistema de semáforos que não funciona, ciclovias sem “princípio e fim”.
Nesse sentido apresenta, entre outras propostas, a da gratuitidade dos transportes públicos no Porto para todos, propondo aplicar a medida durante seis meses e, no final desse período, verificar se o fluxo de automóveis a entrar na cidade diminuiu.
Relativamente aos jovens, o candidato quer mais habitação. “Se o Porto criou condições de empregabilidade para as camadas jovens das áreas das tecnologias e muitas dinâmicas que a sociedade agora procura, como é que nós podemos fixá-los na cidade?”, questionou, apontando essa como mais uma falha da autarquia atual e propondo mais rendas acessíveis.
Quando às pessoas em condição de sem-abrigo, diz achar que “a Câmara Municipal do Porto não está a tratar devidamente” da situação. “A dignidade das pessoas, acima de tudo, tem de ser protegida”, frisou.
Tem 35 anos, formou-se em psicologia pela Universidade do Porto e é atualmente deputada e líder parlamentar do PAN.
“Somos um conjunto de pessoas que claramente querem outro ritmo, outras decisões e outras prioridades políticas para a cidade, um conjunto de pessoas que querem na história do Porto, pela primeira vez, uma presidente no feminino”, afirmou Bebiana Cunha na apresentação da sua candidatura.
Ambiente, habitação, mobilidade e turismo responsável são algumas das suas prioridades para a cidade do Porto, cujos problemas sociais quer ver resolvidos.
“Porto, a Nossa Ca(u)sa” é o lema da campanha de Bebiana Cunha. “Apoiar e promover uma democracia participativa no Porto” é o objetivo nestas autárquicas, admitindo que, para isso, o PAN precisa de mais força e mais representação.
Na apresentação da sua candidatura, a líder partidária apontou as respostas habitacionais como uma das grandes necessidades do Porto, defendendo a criação de um conselho municipal de habitação.
“Sabemos o que não queremos: o continuar de uma política em que a empresa municipal de habitação se assume como assistencial ao mesmo tempo que especula os preços das rendas e que surge como carro vassoura depois da degradação”, afirmou.
Defendendo que não é com a criação de mais estabelecimentos comerciais que se “resolvem os problemas sociais do Porto”, Bebiana Cunha disse ser necessário implementar espaços verdes de proximidade, espaços caninos e policiamento de bairro.
Quanto ao turismo, a candidata afirmou que o Porto precisa de “estimular a economia local a longo e médio prazo” e “apostar num turismo de qualidade e responsável”, propondo “um pelouro especificamente para o efeito”.
A criação de um plano de gestão do estuário do Douro, de um observatório da biodiversidade do município e de um atlas de risco municipal para responder e combater as alterações climáticas são outras das propostas de Bebiana Cunha para o Porto.
A par disso, a candidata defendeu a criação de mais zonas pedonais na cidade e da redução da velocidade para 30 quilómetros hora para “prevenir acidentes e promover uma condução mais responsável”.
Tem 37 anos, nasceu em Lisboa e é sub-responsável numa empresa de distribuição alimentar. Vive atualmente em Vila do Conde e tem raízes familiares na Guarda.
É militante do Ergue-te! desde 2008, sendo membro do Conselho de Jurisdição Nacional e, atualmente, coordenador do partido no distrito do Porto.
Em 2017 concorreu à presidência da Câmara de Odivelas, onde viveu dez anos, e nas legislativas de 2019 foi cabeça-de-lista por Viana do Castelo.
“Levar a Invicta a bom Porto” é o lema da campanha de Bruno Rebelo, cujas propostas se baseiam no nacionalismo “livre dos vícios dos partidos do sistema e da castradora sujeição aos dogmas, quer do socialismo, quer do liberalismo”, lê-se no site do Ergue-te!
O candidato compromete-se a lutar por cinco pilares “absolutamente prioritários e essenciais”: a ética na gestão autárquica, a salvaguarda da identidade portuense, a defesa da justiça social (direitos, deveres e mérito), o urbanismo e mobilidade e, por fim, a segurança.
“Com o Ergue-te!, os portuenses estão em primeiro lugar num Porto mais português! Porque para nós, a identidade, a primazia aos nossos e a justiça social, não são temas secundários ou negociáveis”, refere o partido na apresentação de Bruno Rebelo.
O candidato destaca, entre as suas propostas, a da reorganização da mobilidade e sistemas de transportes públicos, propondo alargar o horário de funcionamento destes transportes, aumentar o policiamento nos mesmos e impulsionar a construção de estacionamento adequado.
As linhas gerais do Ergue-te! assentam na reindustrialização de Portugal, promoção do emprego, regulação dos mercados energéticos e do endividamento externo, valorização das pequenas e médias empresas e reformulação das políticas sociais.
“A ação política do Ergue-te! assentará sempre na defesa inequívoca da Nação, que pressupõe o combate aos seus principais inimigos, como o Mundialismo, nas suas vertentes globalizantes capitalista e multicultural, o Eurofederalismo e o Regionalismo, assim como o repúdio de qualquer tentação iberista", frisa o partido.
Nasceu em 1985 em Vila Nova de Gaia e vive no Porto. É bolseiro de investigação em Ciência Política e está a desenvolver uma tese de doutoramento na área das políticas públicas de gestão do património cultural em cidades Património Mundial.
“Tenho tido, ao longo da minha vida, diferentes experiências profissionais e académicas, em Portugal e no estrangeiro, que me permitiram experienciar diversos contextos pessoais e profissionais: desde ser um arqueólogo a recibos verdes, a estar desempregado, a ser imigrante e ganhar o salário mínimo em França, até ser investigador numa universidade portuguesa”, escreve o candidato na página oficial do Livre.
Decidiu, em 2016, participar no movimento DiEM25, através do qual acabou por ser candidato do Livre nas eleições europeias de 2019.
Tornou-se membro do Livre em setembro de 2020 e, desde aí, tem participado na vida interna do partido, nomeadamente na construção das linhas programáticas para as eleições autárquicas.
Combater as desigualdades sociais, as perdas populacionais, os despejos na zona histórica e o aumento dos preços das habitações. São estes os grandes objetivos de Diamantino Raposinho para a Invicta, que deseja tornar uma cidade mais igual, democrática e socialmente justa.
Afirmou recentemente que a habitação é a prioridade absoluta no projeto de cidade do Livre, como resposta à perda demográfica.
“Temos de acabar com a perda populacional que existe neste momento na cidade e temos de acabar com os despejos constantes, principalmente na zona do centro histórico”, declarou depois de entregar as listas no Palácio da Justiça.
Nesse sentido, o candidato garante que a autarquia “tem os meios e a capacidade para intervir diretamente, através da disponibilização de habitação pública para arrendamento, que possa servir, ao mesmo tempo, como estabilizador de preços e como alternativa ao mercado privado”.
“Esta medida será ainda mais relevante no centro histórico da cidade, onde é essencial travar o crescente processo de ‘gentrificação’ e manter ou aumentar as populações locais”, escreve na sua apresentação no site do Livre.
Para combater as desigualdades, Diamantino Raposinho quer apostar em políticas públicas que garantam o acesso à habitação para todos, contribuindo para o fim da segregação social do espaço urbano e incentivando a criação de negócios locais.
Pretende ainda incentivar a democracia, propondo, para tal, a criação de uma “assembleia cidadã, constituída por habitantes do Porto escolhidos aleatoriamente, para deliberar sobre o caminho que a cidade deve seguir na próxima década”.
Promete também lutar pela descarbonização da cidade, algo que passa pela criação de um sistema “baseado na mobilidade coletiva, elétrica e suave”.
Nasceu no Porto, tem 46 anos e é licenciado em Economia. O candidato do Partido Popular Monárquico esteve “toda a vida ligado a causas sociais” e a sua campanha reflete a preocupação com “uma sociedade cada vez mais desigual, com rendimentos assimétricos, uma corrupção descontrolada e em perda generalizada de valores”.
Quer “ressuscitar os valores que criaram e sustentaram a cidade durante séculos: honestidade, orgulho, solidariedade”, refere Dantas na sua página de Facebook.
“Vamos ultrapassar isto juntos com trabalho honesto, orgulho no que é nosso e esforço solidário”.
Num comunicado, o PPM referiu que Diogo Araújo Dantas “vai liderar uma candidatura que tem o propósito de devolver o papel nacional e [o] prestígio internacional que a cidade há muito merece e que, infelizmente, tem estado relegado ao de um pequeno burgo sem expressão”, lembrando que “foi no Porto que nasceu o nome Portugal”.
Intitulado “Porto de Honra”, o programa do PPM segue duas linhas orientadoras: “a urgência social e a economia para o desenvolvimento”. Diogo Araújo Dantas quer, no Porto, mais policiamento de proximidade e patrulhamento apeado, um plano global de ação social e um plano ambiental que integre todos os habitantes.
“Apesar de sermos um partido pequeno, temos a solução mais rigorosa e mais séria para o Porto, cuja gestão tem sido calamitosa para os portuenses”, afirmou Diogo Araújo Dantas na apresentação da sua candidatura.
“Os problemas básicos das pessoas têm de ser a todo o custo solucionados. A ação social tem sido vítima de desleixo da atual governação camarária”, criticou, acrescentando existirem “atrasos crónicos no Porto” como o trânsito, o ambiente, o comércio local e a cultura, área que tem sido gerida “em ‘part-time'”.
Em matéria de segurança, o PPM propõe a implementação de sistemas de videovigilância na cidade, bem como policiamento de proximidade e patrulhamento apeado. “Há um sentimento de insegurança geral que as pessoas começam a sentir cada vez mais”, defendeu.
Para a ação social, Diogo Araújo Dantas defendeu a criação de um “plano global” que integre as associações e as suas valências, e “conjugue energias”. “Só com um plano global se consegue acompanhar os indivíduos”, disse, defendendo a necessidade de se implementarem respostas na cidade para as pessoas em condição de sem-abrigo e para toxicodependentes.
“É preciso combater-se como se fosse uma guerra contra a pobreza sistémica, que vai haver cada vez mais”, alertou.
Paralelamente, o candidato do PPM propõe também um “plano ambiental” na cidade que integre todas as entidades, considerando ser necessário “mais arborização” no Porto e solucionar alguns problemas como as gaivotas e os pombos. “Precisamos de um gabinete de resposta rápida em termos de ambiente e que promova a aproximação dos cidadãos ao município”, sublinhou.
Promover o setor cultural, criar mais habitação e ajudar a economia local são também outros dos objetivos do programa do PPM para a cidade do Porto.
Economista e professora, a candidata de 72 anos foi deputada na Assembleia da República e no Parlamento Europeu em vários mandatos. Foi também vereadora na Câmara de Viana do Castelo, de Gaia e do Porto, onde exerceu a responsabilidade do Pelouro da Saúde e Sanidade e integrou o conselho de administração dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento.
É presidente da Direção do Conselho Português para a Paz e Cooperação e autora de vários livros de poesia e de temáticas como a integração capitalista da União Europeia e Educação. Integra a DORP (Direção Regional do Porto do PCP) e o Comité Central do partido, no qual é filiada desde 1974.
A atual vereadora da CDU na Câmara do Porto quer, com esta candidatura, "dar continuidade e aprofundar o trabalho de proximidade com a população".
"O momento que estamos a viver é particularmente difícil para grande parte da população da cidade do Porto. Estamos a sentir o agravamento das desigualdades com reflexos muito duros na vida de muitas famílias, muitas crianças e muitos idosos. Senti o impulso de me manter a trabalhar neste campo para dar continuidade e aprofundar o trabalho de proximidade com as populações, fazendo chamadas de atenção permanentes para os seus problemas", disse recentemente à agência Lusa.
Ilda Figueiredo pretende "continuar a exigir medidas concretas, efetivas e rápidas que minorem o sofrimento das pessoas e que permitam uma vida com dignidade, sem esquecer projetos em áreas da cultura e na defesa do desporto ou no reforço do movimento associativo", setor que a candidata diz que "tantos problemas tem vivido e que precisa muito de um olhar diferente e empenhado".
Na apresentação da sua candidatura, prometeu “uma intervenção ainda mais empenhada na resposta prioritária e urgente aos problemas dos moradores especialmente atingidos pela crise sanitária, económica e social que vivemos e a concretização de um projeto de cidade inclusiva”.
"Manteremos o olhar atento na vida da cidade, o que inclui a defesa do património, do ambiente e o empenho num maior equilíbrio no desenvolvimento da cidade", concluiu.
Opõe-se à política de concessões a privados de serviços públicos essenciais, à política de transferência de encargos da Administração Central para as autarquias “em áreas tão sensíveis como a educação, a saúde, a proteção social, a habitação pública e outros”.
O recandidato Rui de Carvalho de Araújo Moreira nasceu a 8 de agosto de 1956, no Porto. Licenciou-se, em 1978, em Gestão de Empresas pela Universidade de Greenwich, em Londres, obtendo nesse ano o prémio de melhor aluno do curso, segundo a página oficial da Câmara Municipal do Porto.
Ao regressar à sua cidade natal após concluir o curso, Rui Moreira envolveu-se na defesa dos interesses do Porto e da região Norte. Organizou e participou em conferências e foi comentador político em várias estações de televisão.
Foi, entre 2001 e 2013, presidente da Associação Comercial do Porto, exercendo, em simultâneo, cargos consultivos nas áreas do comércio, cultura e ensino superior. Em 2013 decidiu dedicar-se exclusivamente à candidatura à Câmara Municipal do Porto, acabando por ser eleito com 39,25% dos votos.
Foi, em 2017, o eleito pelos portuenses nas autárquicas, com 44,5% dos votos. O candidato independente foi, então, apoiado pelo CDS-PP, algo que volta a acontecer este ano.
O movimento de Rui Moreira garante, no entanto, que o autarca “não tem agenda partidária nem responde a diretórios partidários”, até porque nunca teve filiação a qualquer partido.
“Defende sempre o Porto independentemente dos poderes centrais, dos protagonistas partidários nacionais e das agendas centralistas”, frisou recentemente Francisco Ramos, presidente da direção da associação cívica Porto, o Nosso Movimento.
O “caso Selminho” decorre no tribunal e o enquadramento penal das acusações em curso inclui a perda de mandato.
“Aqui há Porto” é o lema da candidatura de Rui Moreira às autárquicas de 2021. “Aqui há Porto significa continuar a afirmar um Porto forte, independente, longe dos jogos político-partidários, das agendas centralistas, porque temos de saber substituir a ortodoxia das ideologias pelo pensamento e pelo conhecimento”, frisa o recandidato num vídeo de apresentação.
Rui Moreira promete, especialmente em tempos de pandemia, trazer ao Porto estabilidade e uma “voz exigente, mas que seja ouvida”, permitindo a continuação do desenvolvimento alcançado nos últimos mandatos.
Cultura, coesão social, economia e sustentabilidade continuam a ser os quatro pilares da candidatura. Nos últimos anos, estes pilares levaram ao lançamento de obras, projetos e requalificações com peso, entre os quais o Matadouro, o Cinema Batalha, o Mercado do Bolhão e o Intermodal de Campanhã.
“Rui Moreira não só garantiu o maior investimento público de sempre na história da cidade como também atraiu o maior investimento privado de sempre”, destacou em junho o presidente da direção do Porto, o Nosso Movimento. “Esta gestão profissional de desempenho ímpar, conciliado com a menor dívida de sempre do município, é a maior garantia de uma cidade independente, livre, economicamente forte, criadora de emprego e riqueza, vibrante e sustentada”.
Em junho, na apresentação da sua candidatura, Rui Moreira disse querer “concluir os projetos que a pandemia atrasou” e continuar a negociar questões como a descentralização, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ou o novo quadro comunitário.
O “Porto, o Nosso Movimento” diz-se “independente, livre e abrangente”, incluindo “pessoas de esquerda, de direita, com partido ou sem partido, de todas as origens, de todas as idades”. “O que nos une é o Porto”, salienta o movimento que tem apostado na independência, modernização e internacionalização da cidade.
Não é militante do Bloco, mas foi o escolhido pelo partido para entrar na corrida às autárquicas. O candidato independente tem 52 anos, nasceu no Porto e foi lá que se licenciou em Sociologia, em 1994.
Presidiu, entre 2012 e 2018, à Rede Europeia Antipobreza (EAPN), representada atualmente em 31 países, e entre 2006 e 2018 foi diretor do Observatório de Luta contra a Pobreza na Cidade de Lisboa. É agora assessor no Parlamento Europeu.
“A sua atividade profissional está intimamente ligada ao combate à pobreza e às desigualdades sociais””, lê-se no site do BE.
Nessas áreas, Sérgio Aires já desenvolveu várias atividades, entre as quais a “coordenação de vários projetos europeus de dimensão nacional e transnacional”.
Foi ainda consultor de autarquias para implementação de observatórios sociais, consultor internacional (com intervenções em Espanha, Itália e Brasil) e consultor de várias organizações de Economia Social portuguesas no âmbito da qualificação organizacional.
Chegou a ser também vice-presidente da Associação Gentopia - Associação para a Diversidade e Igualdade de Género, e é fotógrafo, com vários trabalhos publicados.
A construção de mais cinco mil habitações sociais até 2025 é o grande objetivo do candidato à Câmara do Porto pelo Bloco de Esquerda, num programa focado na habitação, combate à pobreza, espaços verdes, mobilidade, alterações climáticas e participação democrática.
Na apresentação do manifesto à comunicação social, Sérgio Aires afirmou ser “urgente” reabilitar e construir habitação pública, exercer o direito de preferência “com critério” e regular “fortemente o alojamento local”.
Já no combate à pobreza e desigualdades, o BE propõe a criação de um observatório social, “uma estrutura participativa e autónoma de análise que inclua todos”, e um plano municipal de prevenção e combate à pobreza que conte com o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e do novo quadro comunitário da União Europeia.
Relativamente aos espaços verdes, Sérgio Aires destacou a necessidade de se “arborizar pelo menos 35% das ruas da cidade do Porto, garantir que mais de 17 mil árvores são públicas” e de triplicar o número de hortas urbanas para 40.
A priorização dos transportes públicos, o aumento dos corredores de BUS e da rede de ciclovias são também propostas do BE para o Porto em matéria de mobilidade, a par da construção de parques de estacionamento públicos e da redução da velocidade para 30 quilómetros por hora.
Para o combate às alterações climáticas, o manifesto do BE propõe a criação de uma rede de monitorização climática à escala municipal, a instalação de painéis informativos sobre a qualidade do ar e a dinamização das redes de participação cidadã para “ajustar as respostas às necessidades das pessoas”.
Tem 37 anos, nasceu no Porto e sempre viveu lá. É licenciado em Sociologia, com especialização em Trabalho e Organizações, pela Universidade do Porto. Tem ainda uma pós-graduação em Gestão pela Universidade do Porto e frequenta o mestrado em Economia e Políticas Públicas no ISEG (Universidade de Lisboa).
Está atualmente nos quadros superiores da EFACEC, “onde teve responsabilidade em Portugal e internacionalmente, em particular, nas regiões do Magrebe, África Austral e América Latina”, segundo a página oficial da sua candidatura.
É deputado do Partido Socialista desde 2015, tendo sido eleito pelo círculo eleitoral do Porto. Desde então é também coordenador dos deputados socialistas na Comissão de Trabalho e Segurança Social na Assembleia da República.
Nesta área, chegou a integrar o grupo de trabalho de Combate à Precariedade criado no âmbito dos acordos com BE, PCP e PEV para a solução de Governo na XIII Legislatura, assim como o grupo de trabalho para a revisão das Leis Laborais. Mais recentemente passou a coordenar igualmente o grupo de trabalho sobre Teletrabalho.
Neste momento integra a Comissão Eventual da Assembleia da República para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia de covid-19 e do processo de recuperação económica e social. Fez parte da Comissão Permanente da Assembleia da República.
É também presidente da Comissão Política Concelhia do Porto do PS e membro da Comissão Política Nacional do PS. É deputado na Assembleia Municipal do Porto e foi membro da Assembleia de Freguesia do Bonfim.
Esteve envolvido no movimento dos “Jovens pelo Sim”, pela despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG).
“O Porto Quer Mais” é o lema da candidatura, que aposta na ideia de uma cidade “inclusiva, plural e solidária”, trabalhando na habitação, mobilidade, economia, coesão social, ambiente e qualidade de vida.
Na apresentação da sua candidatura, o socialista comparou o Porto a um “donut”, “vazia por dentro” depois de ter perdido 20 mil habitantes. Por esta razão, Barbosa Ribeiro promete fazer da Invicta uma cidade onde “a classe média vai poder voltar a viver”.
“O Porto é hoje uma cidade em perda acelerada: de habitantes, de jovens, de riqueza, de vitalidade, de força. O Porto corresponde hoje à imagem de um donut, outrora um grande centro social, político e social, que sempre teve uma voz muito para além do seu espaço geográfico, mas progressivamente vai perdendo escala porque o Porto está hoje mais pequeno, mais pobre, mais envelhecido, menos dinâmico, e isso nenhum portuense pode aceitar. Isto fere a nossa identidade, que temos de voltar a recuperar com pujança e ambição”, declarou.
A luta por mais habitação acessível é uma das prioridades deste candidato, para quem os valores atuais da habitação são “uma loucura” em relação à qual a Câmara de Rui Moreira “nada faz”.
Entre as propostas do socialista está um plano para “captar fundos do Plano de Recuperação e Resiliência para construção de nova habitação ao abrigo do 1º Direito” e para “captar edifícios e terrenos desocupados do Estado Central, sobretudo na Defesa e da Segurança Social”, bem como “mobilizar terrenos do município”, apoiando a “reconversão de unidades de Alojamento Local em arrendamento residencial de longa duração”.
“Intervir sobre os estrangulamentos na VCI e na Circunvalação, em diálogo com municípios à volta e com a Infraestruturas de Portugal”, é também um objetivo de Tiago Barbosa Ribeiro, que alertou para a necessidade de agir nas “zonas da cidade que são território sem lei”.
O candidato pretende ainda, “nos próximos sete anos, em média, investir o dobro” do verificado desde a adesão à União Europeia, criando “uma agência de investimento para captar riqueza, empresas e postos de trabalho qualificados para a cidade, ultrapassando o inferno burocrático com que qualquer investidor se depara quando tenta dialogar com a autarquia”.
Barbosa Ribeiro quer também “mais espaços verdes, mais parques infantis, mais circuitos de manutenção para os mais idosos” e comprometeu-se a lançar “um programa municipal para reforçar a rede de creches e pré-escolar, envolvendo o estado central e Instituições Particulares de Solidariedade Social” numa cidade que está “hoje socialmente dividida e completamente estratificada”.
Antigo vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, Vladimiro Feliz tem 47 anos, nasceu na Invicta e licenciou-se pela Universidade do Porto em Engenharia Mecânica.
Trabalhou no Instituto Eletrotécnico Português, na área de pré-venda, e chegou mais tarde ao cargo de engenheiro de programa na OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal. Foi também presidente executivo da Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Informação.
Desde 2006 desempenhou vários papéis na autarquia do Porto, entre os quais o de diretor municipal de Sistemas de Informação, vereador da Educação, Juventude e Inovação, do Ambiente e Serviços Urbanos, do Turismo, Inovação e Lazer, tutelando também o Gabinete de Estudos e Planeamento.
Exerceu ainda, na Câmara Municipal, as funções de administrador delegado da Fundação Porto Social, de presidente do conselho de administração da Associação Porto Digital, da Direção da Associação de Turismo do Porto e do conselho de administração da PortoLazer EM.
Entre 2012 e 2013 foi vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, na altura liderada por Rui Rio.
Atualmente, Vladimiro Feliz é diretor de Sistemas de Informação e responsável da área de Smart Cities no Centro de Engenharia e Desenvolvimento (CEiiA), em Matosinhos.
“Porto a tempo inteiro” é o lema da campanha de Vladimiro Feliz. Na apresentação da sua candidatura, o social-democrata disse querer “tirar o Porto do modo câmara lenta”, projeto que abraça como “portuense de corpo e alma”.
Vladimiro Feliz quer fazer do Porto um concelho onde “todos se sintam bem”, trazendo à cidade mais equilíbrio, ambição, inovação, desenvolvimento e concretização. “A cidade perdeu o ADN reformista e transformador que tanto carateriza o Porto. A cidade reclama uma agenda pensada a partir das pessoas e para as pessoas”, frisou o candidato no discurso de apresentação, em março.
Nos últimos oito anos, Feliz tem-se dedicado à questão do futuro sustentável para as cidades. “Durante os 8 anos em que servi a cidade, enquanto vereador e vice-presidente, pensei, planeei e fiz acontecer projetos que ainda hoje deixam lastro na cidade”, refere num vídeo elaborado para esta campanha.
“Foi com orgulho que vi a cidade ser eleita Melhor Destino Europeu em 2012, quando era vereador de Turismo, algo que não acontece com um estalar de dedos. Esteve baseado num plano estruturado, de cuidar do espaço público, de criar uma dinâmica de conteúdos orientada a quem cá vive, como também a quem nos visita, criar e desenvolver projetos para aumentar o impacto do Porto na região, no país e no mundo”, frisa Feliz.
Em relação à sua candidatura, o social-democrata disse sentir “a confiança da estrutura partidária” e garantiu estar “aqui de corpo e alma para fazer das tripas coração pelo Porto, a minha cidade”.
Com uma população de 231.962 pessoas (-2,4 por cento em relação a 2011), o rendimento médio mensal no Porto é atualmente de 1.417 euros. O setor com mais trabalhadores é o do comércio, que emprega 17,1 por cento da população, e a taxa de desemprego situa-se em 9,2 por cento.
Notas metodológicas: A RTP reuniu os dados de cada concelho no que diz respeito à população, rendimento médio mensal, setores dominantes na economia e taxa de desemprego. Para além dos concelhos capitais de distrito, damos destaque a outros quatro concelhos por decisão editorial. São eles: Almada, Amadora, Figueira da Foz e Odemira.
Nos casos de Odemira, Faro e Lisboa, por terem um número elevado de estrangeiros residentes, incluímos também a percentagem de cidadãos estrangeiros no total da população.
A nível da população, conta o número absoluto de pessoas apurado no Censos 2021 e a variação percentual em relação ao Censos anterior (2011). Já o número de eleitores diz respeito a junho de 2021, conforme consta em Diário da República n.º116/2021, Série de 2021-06-17.
Quanto ao rendimento médio mensal, contabiliza-se o valor em euros do rendimento dos trabalhadores por conta de outrem em 2019. Para efeitos de comparação, a média nacional era de 1.206€, mas apenas seis concelhos analisados igualam ou estão acima desse valor.
Em relação ao setor com mais trabalhadores, é apresentado nesta infografia o que obteve a percentagem mais elevada de respostas por concelho, ou seja, aquele que em cada concelho emprega mais pessoas. Os dados são relativos a 2019, mas refletem a tendência dos últimos anos.
Contamos ainda com os dados do desemprego, com a percentagem de desempregados inscritos no IEFP em 2020. Para comparação, a percentagem nacional foi de 5,8 por cento.
Por fim, lembramos também os resultados de há quatro anos, nas Eleições Autárquicas de 1 de outubro de 2017.
Fontes: INE, PORDATA, IEFP, Secretaria-Geral da Administração Interna