Ausência do líder nacional? "Não enfio a carapuça", diz Paulo Cafôfo

por João Alexandre - Antena 1
Foto: Homem de Gouveia - Lusa

O líder do PS-Madeira desvaloriza a ausência de Pedro Nuno Santos da reta final da campanha para as eleições regionais de 23 de março e afirma que é o PSD-Madeira que tem tido dificuldades em levar Luís Montenegro até junto do eleitorado madeirense.

"O líder do meu partido tem vindo inúmeras vezes à Madeira, ao contrário do líder nacional do PSD", sublinhou Paulo Cafôfo, à margem de uma ação de campanha no centro do Funchal.

Questionado pelos jornalistas sobre a ausência de Luís Montenegro e de Pedro Nuno Santos durante o período oficial de campanha, o líder do PS-Madeira referiu a presença do secretário-geral socialista, no mês passado, no XXII Congresso Regional.

"Eu não enfio essa carapuça, quem deve enfiar é Miguel Albuquerque que há muito tempo não consegue sequer trazer Luís Montenegro à região. E, agora, muito menos", afirmou o ex-secretário de Estado das Comunidades.
Líder do PS-Madeira refere "sentimento de impunidade" na Madeira
Aos jornalistas - e referindo-se aos casos a envolver membros do Governo Regional da Madeira ao longo dos últimos meses -, Paulo Cafôfo lamentou ainda o que considera ser um "sentimento de impunidade" na região.

"Nós temos algo inédito. Temos um Governo com o presidente e membros arguidos que continuam em funções como se nada fosse. Espero que a justiça possa atuar, mas também que o povo possa atuar. Há um sentimento de impunidade relativamente a quem exerce o poder, mas julgo que os madeirenses estão a perceber", insistiu.

Paulo Cafôfo sugere ainda que, após as atuais eleições, a região pode voltar a ser obrigada a ir a votos, afirmando que “mais cedo ou mais tarde [Miguel Albuquerque] pode ser levado pela justiça”, ou seja, levando a “outra situação de eleições antecipadas, de crise política e de instabilidade”.

Nesse sentido, o líder do PS-Madeira defende "um governo duradouro" e deixa o apelo aos eleitores para que optem pelo chamado voto útil no dia 23 de março.

“Não é hora de divergir os votos, mas de concentrar no partido que é o maior partido da oposição, que tem um programa claro, com ideias concretas e exequíveis, e com pessoas e quadros para poder governar", afirmou.
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