A vice-presidente do CDS-PP Assunção Cristas anunciou hoje que se candidata à liderança do partido no 26.º Congresso, que decide a sucessão de Paulo Portas.
A ex-ministra da Agricultura e deputada centrista fez o anúncio da sua candidatura através da rede social Facebook.
Sou candidata à liderança do CDS. A decisão foi amadurecida com a minha família e amigos, e beneficiou do conselho e...
Publicado por Assunção Cristas em Quinta-feira, 14 de Janeiro de 2016
"A decisão foi amadurecida com a minha família e amigos, e beneficiou do conselho e do estímulo de muitas pessoas de dentro e de fora do CDS. A todos muito obrigada!
Logo à noite terei oportunidade de explicar as razões que me levam a dar este passo e nas próximas semanas, com a colaboração de todos, prepararei uma moção sólida para levar ao congresso do CDS.
Esta é uma caminhada que faremos juntos, com tranquilidade e muito entusiasmo! Por Portugal. Sempre.", escreveu Cristas.
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Às 20h00 desta quinta-feira, Assunção Cristas, actualmente vice-presidente do CDS-PP, deverá explicar formalmente as razões que a levam a candidatar-se à sucessão de Paulo Portas no 26.º Congresso do partido.
A candidatura da ex-ministra da Agricultura e do Mar surgiu horas depois de outro forte candidato à liderança, Nuno Melo, ter anunciado que não ia tentar ser o novo líder centrista.
Paulo Portas não quis comentar a decisão de Assunção Cristas.Nuno Magalhães, líder da bancada parlamentar do CDS-PP, já afirmou o seu apoio à candidata.
"Eu pessoalmente acho que a doutora Assunção Cristas é uma excelente candidata e terá o meu apoio, os outros militantes terão a sua posição, que eu respeito", afirmou o centrista aos jornalistas, na Assembleia da República.
O mesmo afirmou Cecília Meireles. O vice-presidente da bancada parlamentar do CDS-PP, Hélder Amaral, manifestou o seu apoio à candidatura de Cristas à liderança do partido, enquanto Telmo Correia considerou que a antiga ministra "é a escolha mais forte".
"A doutora Assunção seguramente será uma boa candidata" afirmou Telmo Correia, acrescentando que a centrista é "o nome mais forte e a escolha mais forte que o partido pode fazer".
Assunção Cristas nasceu em Luanda a 28 de setembro de 1978 mas cresceu em Lisboa. Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito na Universidade de Lisboa em 1997, tendo sido assistente entre 1997 e 1999. Nesse mesmo ano entrou para a Ordem dos Advogados.
Percurso político
Assunção Cristas é jurista, professora e foi parar à política por mão de Paulo Portas, depois de partcipar na campanha contra a despenalização do aborto.
Antes disso, no XV Governo Constitucional, em 2002, foi convidada por Celeste Cardona para ser sua assessora enquanto Ministra da Justiça, tendo assumido depois a direcção do Gabinete de Política Legislativa e Planeamento do Parlamento, até 2005.
Foi uma sua participação no programa "Prós e Contras" da RTP, sobre a despenalização do aborto para o referendo de 2007, que chamou a atenção do líder do CDS-PP, Paulo Portas.
Militante do CDS-PP desde esse ano, foi eleita deputada à Assembleia da República pelo Círculo de Leiria, em 2009 e re-eleita em 2011.
Ministra
A 24 de julho de 2013, após o episódio da demissão "irevogável" do líder centrista Paulo Portas, que originou uma remodelação governamental, Assunção Cristas ficou apenas com as pastas da Agricultura e do Mar.
Na posse do XX Governo Constituicional, a 30 de outubro de 2015, Cristas revalidou a pasta, mas o Governo durou somente dois meses.
Assunção Cristas é casada com Tiago Pereira dos Reis Machado da Graça, mãe de quatro filhos e assume-se católica praticante.
Em 2013 tornou-se a primeira mulher em Portugal a estar grávida enquanto ministra.
"Rigor, afinco e trabalho" é a sua fórmula para tudo em que se mete, conforme disse a própria numa entrevista.