As reações partidárias à mensagem de Natal do primeiro-ministro
Para o PSD a mensagem de Natal de António Costa foi "abstrata e geral". O PS considera que as palavras do primeiro-ministro são de confiança. Já o Bloco de Esquerda fala num discurso "monotemático", o PCP frisa que falta "uma resposta global aos problemas" e o CDS acusa o chefe do Governo de "viver no faz de conta". O PAN recorda que as alterações climáticas "foram ignoradas" e A Iniciativa Liberal frisa que "faltam ideias de futuro". O Chega fala em "desresponsabilização política".
O PS diz que as palavras de António Costa são uma garantia de confiança no futuro.
Para o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Caneiro, a mensagem de António Costa dá "uma garantia de futuro e de confiança no futuro", porque assenta na previsibilidade e na vontade de ser alcançada "uma estabilidade que seja duradoura".
Mas também uma confiança que "assenta nos dois valores mais importantes neste momento: o valor da cooperação e da solidariedade", disse.
"António Costa teve um discurso monotemático num momento em que os desafios do país são variados", afirmou o líder parlamentar bloquista num vídeo enviado às redações.
Pedro Filipe Soares defendeu que "esperava-se mais" de "um discurso que em princípio é marcante sobre o momento" que o país atravessa.
"Era preciso que a mensagem de Natal do primeiro-ministro apontasse uma perspetiva de resposta global aos problemas do país e do povo português, mas não foi isso que aconteceu", afirmou o líder parlamentar comunista num vídeo divulgado hoje à imprensa.
Nesta reação, no dia seguinte à transmissão da mensagem de Natal do primeiro-ministro, João Oliveira disse que queria ter ouvido António Costa dar respostas para a "situação de milhões de portugueses que vão atravessar esta quadra festiva atravessando problemas de desemprego, de baixos salários ou baixas pensões, de horários de trabalho desregulados ou precariedade laboral, de falta de acesso à habitação ou risco de a perder, ou de falta de creche para os seus filhos".
"O primeiro-ministro entendeu não dar essa resposta e, mesmo em relação às questões da epidemia, ficou-se pelo elogio ao Serviço Nacional de Saúde e aos seus profissionais", lamentou.
Numa reação em vídeo, a cabeça de lista do CDS pelo Porto nas eleições legislativas de 30 de janeiro, Filipa Correia Pinto, frisa que que "há mais vida para além da pandemia" a candidata salientou que "o CDS não aceita o confinamento político em que António Costa quer encerrar Portugal até às próprias eleições".
E criticou que o primeiro-ministro "continua a dizer que vai ficar tudo bem e a mostrar que acredita no mundo de faz de conta que construiu para distrair os portugueses".
Teria sido importante "falar daquela que devia ser uma preocupação e um compromisso efetivo no combate à pobreza, em particular para chegarmos a quem perdeu os seus rendimentos, a quem está na condição de sem abrigo, mas também para a recuperação de salários e o aumento progressivo do que é o ordenado médio das nossas famílias", prosseguiu.
Inês de Sousa Real também registou a ausência de uma palavra sobre a crise climática.
"O problema ambiental não desapareceu como pano de fundo e, também por isso, este deve ser um Natal mais sustentável", defendeu.
O presidente da Iniciativa Liberal considerou hoje que a mensagem de Natal do primeiro-ministro foi uma mensagem "sem esperança, sem uma ideia de futuro" e acusou António Costa de não perder "uma oportunidade de fazer propaganda".
Numa reação em vídeo, João Cotrim Figueiredo afirmou que se tratou de "uma mensagem muito triste, sem esperança, sem uma ideia de futuro".
"Um pouco como este Governo já nos habituou", disse.
Apontando que "próprio primeiro-ministro, no final, reconhece que esta época pré-eleitoral não é uma boa altura para fazer mensagens de Natal, aproveitando o facto de estar a ocupar o cargo de primeiro-ministro", o líder da Iniciativa Liberal assinalou que "o Presidente da República, no ano passado, cancelou a sua mensagem de Ano Novo exatamente porque estava próximo das presidenciais".
"Mas já se sabe, António Costa não perde uma oportunidade de fazer propaganda e, neste caso, uma propaganda, repito, muito triste e sem qualquer ideia de futuro", criticou.
"Estas duas características marcam a mensagem de Natal de António Costa, a incapacidade de se auto responsabilizar e perceber que os erros que o seu Governo cometeu estão a gerar aos portugueses os problemas que hoje estamos a viver, e a esquizofrenia política de não perceber que tudo o que está em seu redor, que todos os grandes dramas que estamos a viver hoje, têm também o seu cunho e a sua mão enquanto primeiro-ministro", afirmou André Ventura.
Num vídeo enviado às redações, o líder do Chega criticou também que "o Governo de António Costa foi responsável pelo desastre" dos setores que elogiou e "vem agora saudá-los como se o seu esforço tivesse sido também acompanhado pelo esforço do Governo".
O presidente e deputado único do Chega referiu também que a mensagem hoje transmitida pelo chefe de Governo "segue o padrão de todas as outras que tem transmitido ao país: ainda falta trabalho por fazer, ainda há muitos problemas, ainda há muitas batalhas a travar".