As reações partidárias à mensagem de Natal do primeiro-ministro

por RTP
Lusa

Para o PSD a mensagem de Natal de António Costa foi "abstrata e geral". O PS considera que as palavras do primeiro-ministro são de confiança. Já o Bloco de Esquerda fala num discurso "monotemático", o PCP frisa que falta "uma resposta global aos problemas" e o CDS acusa o chefe do Governo de "viver no faz de conta". O PAN recorda que as alterações climáticas "foram ignoradas" e A Iniciativa Liberal frisa que "faltam ideias de futuro". O Chega fala em "desresponsabilização política".

O PSD diz que a mensagem do primeiro-ministro foi demasiado abstrata e geral. André Coelho Lima lembra que não basta apontar os problemas. O dirigente social-democrata diz que é preciso encontrar soluções.
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"Ao incidir a mensagem apenas e só na pandemia e numa análise geral sobre os efeitos desta, o senhor primeiro-ministro permite que passe a impressão que o que esteja a correr mal no nosso país se deve apenas e só aos efeitos diretos ou indiretos da pandemia e, todos sabemos, não ser verdade", afirmou, numa declaração na sede do PSD do Porto.
Confiança no futuro

O PS diz que as palavras de António Costa são uma garantia de confiança no futuro.

Para o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Caneiro, a mensagem de António Costa dá "uma garantia de futuro e de confiança no futuro", porque assenta na previsibilidade e na vontade de ser alcançada "uma estabilidade que seja duradoura".
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Mas também uma confiança que "assenta nos dois valores mais importantes neste momento: o valor da cooperação e da solidariedade", disse.

"Juntos conseguimos vencer os momentos mais críticos do estado de emergência. Juntos conseguimos estar entre os países onde a vacinação mais avançou e deu segurança às pessoas. Juntos conseguimos garantir que a nossa economia está agora de novo a crescer mais do que as economias europeias, juntos conseguimos garantir a criação de postos de trabalho com mais direitos e mais protegidos", adiantou.
Discurso monotemático
O BE lamentou que a mensagem de Natal do primeiro-ministro tenha sido um "discurso monotemático" e não tenha tido "uma palavra" sobre a falta de professores ou o combate ao crime económico, apontando que se esperava "mais".

"António Costa teve um discurso monotemático num momento em que os desafios do país são variados", afirmou o líder parlamentar bloquista num vídeo enviado às redações.
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Pedro Filipe Soares defendeu que "esperava-se mais" de "um discurso que em princípio é marcante sobre o momento" que o país atravessa.

"Mas não teve uma palavra sobre os professores que faltam nas escolas, e como isso afeta as famílias, não houve uma única observação sobre as alterações climáticas e a resposta que os jovens exigem, não teve nenhuma abertura para o combate à precariedade laboral", lamentou.
Falta de resposta global aos problemas

O PCP defendeu hoje que o primeiro-ministro devia, na sua mensagem de Natal, ter apontado "uma perspetiva de resposta global aos problemas" dos portugueses e comprometer-se com o reforço dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde.

"Era preciso que a mensagem de Natal do primeiro-ministro apontasse uma perspetiva de resposta global aos problemas do país e do povo português, mas não foi isso que aconteceu", afirmou o líder parlamentar comunista num vídeo divulgado hoje à imprensa.
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Nesta reação, no dia seguinte à transmissão da mensagem de Natal do primeiro-ministro, João Oliveira disse que queria ter ouvido António Costa dar respostas para a "situação de milhões de portugueses que vão atravessar esta quadra festiva atravessando problemas de desemprego, de baixos salários ou baixas pensões, de horários de trabalho desregulados ou precariedade laboral, de falta de acesso à habitação ou risco de a perder, ou de falta de creche para os seus filhos".

"O primeiro-ministro entendeu não dar essa resposta e, mesmo em relação às questões da epidemia, ficou-se pelo elogio ao Serviço Nacional de Saúde e aos seus profissionais", lamentou.
Mundo de faz de conta
O CDS acusa António Costa de querer resumir a vida dos portugueses à Covid-19 e ao medo da doença. Filipa Correia Pinto acusa o primeiro-ministro de viver num "mundo de faz de conta".

Numa reação em vídeo, a cabeça de lista do CDS pelo Porto nas eleições legislativas de 30 de janeiro, Filipa Correia Pinto, frisa que que "há mais vida para além da pandemia" a candidata salientou que "o CDS não aceita o confinamento político em que António Costa quer encerrar Portugal até às próprias eleições".
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E criticou que o primeiro-ministro "continua a dizer que vai ficar tudo bem e a mostrar que acredita no mundo de faz de conta que construiu para distrair os portugueses".

"Faz de conta que as famílias e as empresas não vivem asfixiadas pelos impostos, faz de conta que trabalhar é suficiente para não se ser pobre, faz de conta que não temos os combustíveis mais altos da Europa, faz de conta que a pandemia se resolve com incompreensíveis restrições à nossa liberdade individual, faz de conta que os milhões de Bruxelas capturados pelo Estado e pelo setor público vão resolver o atraso da nossa economia", disse.
Alterações climáticas foram ignoradas
O PAN lembra que ficaram questões importantes por abordar na mensagem de Natal do primeiro-ministro.
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Inês Sousa Real destaca que não houve uma palavra para os enfermeiros nem para as alterações climáticas.

A porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, disse ainda num vídeo divulgado às redações que teria sido importante ouvir o chefe do Governo abordar a questão da pobreza.

Teria sido importante "falar daquela que devia ser uma preocupação e um compromisso efetivo no combate à pobreza, em particular para chegarmos a quem perdeu os seus rendimentos, a quem está na condição de sem abrigo, mas também para a recuperação de salários e o aumento progressivo do que é o ordenado médio das nossas famílias", prosseguiu.

Inês de Sousa Real também registou a ausência de uma palavra sobre a crise climática.

"O problema ambiental não desapareceu como pano de fundo e, também por isso, este deve ser um Natal mais sustentável", defendeu.
Faltam ideias de futuro

O presidente da Iniciativa Liberal considerou hoje que a mensagem de Natal do primeiro-ministro foi uma mensagem "sem esperança, sem uma ideia de futuro" e acusou António Costa de não perder "uma oportunidade de fazer propaganda".

Numa reação em vídeo, João Cotrim Figueiredo afirmou que se tratou de "uma mensagem muito triste, sem esperança, sem uma ideia de futuro".
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"Um pouco como este Governo já nos habituou", disse.

Apontando que "próprio primeiro-ministro, no final, reconhece que esta época pré-eleitoral não é uma boa altura para fazer mensagens de Natal, aproveitando o facto de estar a ocupar o cargo de primeiro-ministro", o líder da Iniciativa Liberal assinalou que "o Presidente da República, no ano passado, cancelou a sua mensagem de Ano Novo exatamente porque estava próximo das presidenciais".

"Mas já se sabe, António Costa não perde uma oportunidade de fazer propaganda e, neste caso, uma propaganda, repito, muito triste e sem qualquer ideia de futuro", criticou.

O deputado afirmou também que "esta mensagem do primeiro-ministro não tem muito que comentar porque não foi bem mensagem de Natal, foi um comentário à gestão da pandemia".
Desresponsabilização política
O presidente do Chega defendeu hoje que a mensagem de Natal do primeiro-ministro não traz "nada de novo" e demonstrou uma "incapacidade" de António Costa se responsabilizar pelos problemas do país, além de "esquizofrenia política".

"Estas duas características marcam a mensagem de Natal de António Costa, a incapacidade de se auto responsabilizar e perceber que os erros que o seu Governo cometeu estão a gerar aos portugueses os problemas que hoje estamos a viver, e a esquizofrenia política de não perceber que tudo o que está em seu redor, que todos os grandes dramas que estamos a viver hoje, têm também o seu cunho e a sua mão enquanto primeiro-ministro", afirmou André Ventura.
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Num vídeo enviado às redações, o líder do Chega criticou também que "o Governo de António Costa foi responsável pelo desastre" dos setores que elogiou e "vem agora saudá-los como se o seu esforço tivesse sido também acompanhado pelo esforço do Governo".

O presidente e deputado único do Chega referiu também que a mensagem hoje transmitida pelo chefe de Governo "segue o padrão de todas as outras que tem transmitido ao país: ainda falta trabalho por fazer, ainda há muitos problemas, ainda há muitas batalhas a travar".

"Mas, diz António Costa, ainda é ele o melhor para o fazer. Nada de novo, nenhum sentimento de esperança", criticou.

C/Lusa
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