Após Ourmières-Widener. Comissão parlamentar de inquérito à TAP ouve Alexandra Reis

por RTP
Alexandra Reis vai ao parlamento explicar o porquê da indemnização de 500 mil euros recebida para sair da TAP Tiago Petinga-Lusa

A ex-administradora da TAP Alexandra Reis, protagonista do caso da polémica indemnização de meio milhão de euros, que levou a uma remodelação no Governo e à exoneração dos presidentes da companhia, é ouvida esta quarta-feira em sede de comissão parlamentar de inquérito.

Alexandra Reis é a quarta personalidade ouvida pela comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP, constituída por iniciativa do Bloco de Esquerda, depois da Inspeção-Geral de Finanças (IGF), dadministrador financeiro da empresa, Gonçalo Pires, e da presidente executiva, Christine Ourmières-Widener.

Escolhida pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, para secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis protagoniza a polémica que começou no Natal, altura em que o Correio da Manhã noticiou que a então governante tinha recebido uma indemnização de cerca de 500 mil euros para sair antecipadamente da administração da TAP.O caso levou à demissão do então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e do secretário de Estado Hugo Mendes, além da própria Alexandra Reis, que esteve menos de um mês no Governo.


A IGF concluiu que o acordo para a saída antecipada de Alexandra Reis da TAP era nulo e que ia pedir a restituição dos valores.
Saída de Alexandra Reis não “foi pessoal”
Na terça-feira, na mesma Comissão de Inquérito, Christine Ourmières-Widener, a ainda CEO da TAP, afirmou que havia “um desalinhamento” com a estratégia da ex-administradora e “não foi nada pessoal”.
“Não tinha o perfil necessário para ocupar o cargo devidamente, pelo que era necessário uma reorganização".

Christine Ourmières-Widener garantiu aos deputados “que não esteve envolvida em qualquer decisão” sobre o valor da indeminização de 500 mil euros recebidos por Alexandra Reis quando saiu da companhia aérea, frisando que o assunto “foi tratado pelas entidades competentes”.

A CEO ta TAP realçou ainda que “não tomou nenhuma decisão relevante” no processo de saída e que atuou como um intermediário entre o Governo e os advogados. E garantiu que não falou com o ministro das Finanças, Fernando Medina, sobre o caso.

E explicou que “não sabia que não havia coordenação entre o Ministério das Infraestruturas e Habitação e o Ministério das Finanças, tão pouco sabia que o Ministério das Infraestruturas não tinha poder para aprovar este acordo, bem como não sabia que havia um risco legal, naquela altura”.

Em relação à possibilidade do administrador financeiro ter conhecimento do valor da indeminização à ex-administradora, Christine Ourmières-Widener não confirmou, adiantando apenas que teve mais do que uma conversa sobre esta saída com este responsável.

“Depois disso, sobre o valor mesmo não posso confirmar porque não me lembro exatamente. Não posso confirmar que tinha conhecimento do valor”.

A ainda CEO da TAP admitiu que, apesar de não estar envolvida nas nomeações posteriores de Alexandra Reis, quer para a NAV quer para secretária de Estado, ficou surpreendida.

c/Lusa

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