Em entrevista à RTP, o primeiro-ministro confessou frustração por não ter conseguido um acordo sobre o salário mínimo nacional e sobre a sustentabilidade da Segurança Social. O primeiro-ministro garante que vai aumentar o salário mínimo e atualizar os salários da função pública e das pensões em janeiro.
Na entrevista, Costa afirmou que os dois parceiros de esquerda da “geringonça” deveriam ter deixado em aberto, na votação inicial na generalidade, a possibilidade de chegarem a acordos com o PS na discussão da especialidade. Mas, à pergunta sobre se haveria margem para acordos negociar sobre o salário mínimo ou sobre a Segurança Social na discussão da especialidade, admitiu que isso seria muito difícil.
O primeiro-ministro justificou a dissolução do parlamento pelo presidente,
afirmando que a rejeição do orçamento logo na votação inicial da
generalidade esvaziava de sentido qualquer tentativa de fazer aprovar um
segundo orçamento com o mesmo governo.
António Costa evitou sempre reclamar uma maioria absoluta e preferiu-lhe a formulação de uma maioria estável e de um reforço da posição do PS, de modo a que o eleitorado obrigasse BE e PCP a reflectirem sobre o que considera ter sido o erro de ambos na votação deste orçamento. E fez questão de afirmar que, na Câmara de Lisboa, teve sempre abertura ao diálogo, tendo maioria ou não a tendo.
António Costa garante que mesmo que o PS vença as eleições legislativas com maioria absoluta vai continuar a negociar e a dialogar com os outros partidos. Mas admite que a nova legislatura vai ser muito diferente da atual.
Medidas com retroativos
António Costa explica que para já ficam congelados, por causa do chumbo do Orçamento do Estado, o aumento extraordinário das pensões e o desdobramento dos escalões do IRS. Mas na entrevista à RTP, o primeiro-ministro promete que caso seja reeleito, as medidas avançam com efeitos retroativos.
Noutras questões, elogiou as Forças Armadas por terem dado início à investigação do tráfico de diamantes na República Democrática do Congo, manifestou a expectativa de que a crise política não impeça a melhor utilização das verbas do PRR e admitiu a necessidade de reforçar a vacinação, segundo disse para que as pessoas com mais de 65 anos e comorbilidades possam festejar o Natal em segurança.