O primeiro-ministro respondeu esta segunda-feira às críticas de Cavaco Silva, acusando o antigo presidente da República de estar a "alimentar o frenesim da direita portuguesa que quer criar uma crise política artificial".
Desta forma, o primeiro-ministro acusa o antigo presidente da República de estar a "alimentar o frenesim em que a direita portuguesa anda, de querer criar o mais rapidamente possível uma crise política artificial, de forma a não dar tempo a que os portugueses sintam os benefícios desta recuperação económica".
"Só uma crise política artificial poderia hoje interromper a dinâmica de crescimento, com o emprego em máximo históricos e com Portugal a registar um equilíbrio externo já com saldo positivo neste trimestre", disse Costa, acrescentando que "para haver crise política ela tem de ser artificialmente criada".
Costa diz que Cavaco Silva "despiu o fato institucional para vestir a t-shirt de militante partidário e fazer um discurso inflamado para animar as suas hostes partidárias".
O antigo presidente da República Aníbal Cavaco Silva encerrou no sábado o Encontro Nacional de Autarcas Social-Democratas e teceu duras críticas ao Governo. O histórico social-democrata disse que o Executivo de António Costa é especialista na mentira, na propaganda e nos truques e sugeriu ao primeiro-ministro que se demita.
Sem contradições com Galamba
António Costa foi ainda questionado sobre a comissão parlamentar de inquérito à TAP. Sobre este assunto, o primeiro-ministro disse não ter nada a acrescentar ao que já foi dito, reiterando que não ordenou a atuação do SIS no caso do computador.
Questionado sobre se teve conhecimento prévio da intervenção do SIS na recuperação do computador, António Costa sublinhou: "Não tive nem tinha que ter conhecimento".
António Costa disse ainda que não há nenhuma contradição com o que disse João Galamba e afirmou que "um episódio não se transforma no principal problema do país".
Perante os jornalistas, António Costa recusou também o pedido do presidente do PSD, Luís Montenegro, no sentido de demitir a secretária-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), a embaixadora Graça Mira Gomes, observando que o Conselho de Fiscalização do SIRP já concluiu que o SIS "atuou nos termos da lei" no caso do computador com informação classificada que estava na posse de Frederico Pinheiro, ex-adjunto do Ministério das Infraestruturas.