No tema da Saúde, André Ventura negou que o Chega queira desistir do Sistema Nacional de Saúde.
“Pelo contrário, quem tem desistido do SNS é o Governo de Luís Montenegro”, acusou. “Prometeu um médico de família para todos e nós hoje temos mais de 1,5 milhões de portugueses sem médico de família”.
É “inconcebível”, sublinhou, “pagarmos os impostos que pagamos” e “não termos direito a cirurgias quando mais precisamos”.
Mas apontou um outro problema, arrastando as culpas também para o IL: “a entrada massiva de novos imigrantes” que trouxeram “uma pressão adicional para o Serviço Nacional de Saúde”. A solução, no entender de Ventura, é a “articulação entre o privado e o público”.
Ao Chega não “interessa se a Saúde é pública ou privada”, desde que os portugueses tenham acesso à Saúde, “seja ela pública ou privada”.
“Nisso acho que estamos de acordo”, terminou, dirigindo-se ao opositor do IL.
O candidato liberal, por sua vez, acredita que o seguro de saúde privado que o partido propõe não é “um modelo de seguro”, mas “passa por ter subsistemas de saúde”.
“Deve haver subsistemas – uns privados, outros públicos, outros sociais – e que diz às pessoas, muito claramente, que o SNS falhe. As pessoas é que escolhem a que subsistema querem pertencer, de acordo com a escolha e a oferta que têm nas diferentes regiões”, explicou Rui Rocha. “Utente no centro do sistema de saúde e não como acontece hoje, que é o SNS que está no centro mas depois não serve as pessoas”.
Em resposta às críticas de André Ventura, sobre o tema da imigração, Rui Rocha afirmou que o IL defende “imigração com regras e com dignidade”.
“Quem tem trabalho entra, quem cumpre a lei fica. Há uma adequação direta entre as necessidades da Economia e a entrada das pessoas”, argumentou, acrescentando que “se isso não for feito, temos o descontrolo de fronteiras, temos situações de indignidade – porque as pessoas ficam sem situação de habitação e de saúde e educação – e ficamos completamente sem norte nesta matéria”.
Há ainda outra questão que o IL considera relevante: a nacionalidade.
“Pressupõe uma ligação direta, uma avaliação e uma adesão direta, aos princípios e aos valores da comunidade. Não só queremos que entrem e fiquem de forma legal, como queremos que adquiram a nacionalidade ao fim de um período mais prolongado do que hoje em dia”.
Neste ponto Rui Rocha reconheceu “uma divergência” com o Chega, que “é contra” e “não tem nenhuma proposta sobre a nacionalidade e sobre a atribuição depois de um conjunto de anos passado que tem de ser superior aos cinco anos, na avaliação da Iniciativa Liberal”.