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André Ventura defende que Chega é o "único caminho para derrotar o socialismo em Portugal"

por RTP
André Ventura na 6ª convenção nacional do Chega Estela Silva - Lusa

No discurso final na sexta convenção do Chega, o líder reeleito André Ventura defendeu que o seu é o "único partido" capaz de derrotar o Partido Socialista, sublinhando as recentes adesões registadas de caras conhecidas de outros partidos.

"Muitos se juntarão, porque sabem que este é o caminho para derrotar o socialismo em Portugal. E muitos já deixaram de ter esperança noutros e sabem agora que este é a única pista, o único caminho para fazer essa diferença", afirmou.

"Fechar as portas nunca fez parte da matriz cristã de um país e também não é deste partido. Nós nunca venderemos a nossa identidade porque ela é parte do nosso património".

"Precisamos de muitos, precisamos de todos para vencer", apelou, citando palavras de Francisco Sá Carneiro para vencer os socialistas: "acima de qulaquer interesse partidário a unidade e a democracia por Portugal". "É esse espírito que me norteia", garantiu.

"Hoje, somos essa alternativa ao partido Socialista" rematou, no discurso de encerramento da 6.ª Convenção Nacional do Chega, que termina hoje em Viana do Castelo.
Discurso de André Ventura na íntegra
Partido "aberto"
André Ventura garantiu ainda que não deixará que nenhum recém-chegado altere o espírito "disruptivo" do Chega ou o seu "ser politicamente incorrecto" e a "capacidade de enfrentar os interesses instalados".

"Precisamente por sermos um partido aberto e essa nova esperança que Portugal precisa, não devemos nem devemos fechar as portas àqueles que nos procuram".

"Este movimento foi sempre para vencer Portugal", afirmou Ventura, saudando os "milhares" de "vários partidos e movimentos" que se juntaram ao Chega e saudando "pela coragem pela afronta e pela determinação" especificamente Henrique Freitas, antigo secretário de Estado, Simões de Melo e Diogo Prates, ambos oriundos da Iniciativa Liberal, Miguel Chaves, ex-CDS e António Pinto Pereira, ex-PSD. 

"São um símbolo do nosso crescimento. Queria deixar claro o agradecimento deste partido à vossa força e ao vosso testemunho", saudou André Ventura.
Reverter extinção do SEF e da Lei da Nacionalidade
Deixando críticas ao novo secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, André Ventura aproveitou para se associar à luta dos elementos das forças de segurança. "Nunca aceitarei um país onde é melhor ser-se bandido do que ser-se polícia", afirmou, repetindo a promessa de atribuir a todas os polícias e guardas o mesmo suplemento "justamente" atribuído à Polícia Judiciária.

"Nós seremos o partido da autoridade e da ordem, num país que as perdeu há muito tempo", prometeu o líder do Chega, que anunciou também querer, na próxima legislatura, reverter a Lei da Nacionalidade e também a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

"Se vencermos as eleições, o Chega vai reverter a extinção do SEF levada a cabo pelo PS", afirmou.

"E vamos reverter esta Lei da Nacionalidade para que ninguém possa entrar, estar ou ser português sem saber falar a língua e conhecer a cultura portuguesa", afirmou também.

André Ventura questionou ainda Pedro Nuno Santos que disse esta tarde na Madeira que o Congressdo do Chega era "o congresso da mentira e da manipulação".

"Que autoridade tem" um homem que "governava por WhatsApp", "fez negociatas com o BE e com o PCP para comprar ações dos CTT", e que enquanto ministro foi desautorizado da manhã para a tarde sobre a localização do novo aeroporto, questionou.

"Caro Pedro Nundo Santos, a mentira e a manipulação não cabem neste congresso. Mas caem que nem uma luva em si e no Partido Socialista que tem governado Portugal nos últimos anos", e que "instalou em Portugal", atacou Ventura, ovacionado.
Luta contra a corrupção
O líder do Chega lembrou então que o Governo de António Costa "caiu pela velha e conhecida palavra portuguesa, corrupção". "A corrupção é hoje o grande vírus, o maior de todos os vírus da sociedade portuguesa", considerou, admitindo-se "espantando" por o país estar a discutir "minudências" quando "deixa fugir", em corrupção, "20 mil milhões de euros por ano, mais do que o que gastamos na Saúde".

"Casos atrás de casos", lamentou, garantindo "eu sou radical contra a corrupção, contra o compadrio que tomou conta deste país e que nós vamos acabar no dia 10 de março", quando "seremos uma força decisiva no quadro parlamentar".

O Chega, anunciou, irá propor que os políticos condenados por corrupção sejam para sempre impedidos de exercer cargos públicos em Portugal ou que ministros e secretários de estado responsáveis por fazer negócios com empresas em nome do Estado, fiquem impedidos de depois ir exercer cargos nessas firmas.

O líder do Chega lembrou ainda diversas "promessas" falhadas do Partido Socialista e criticou a elevada carga fiscal referindo que, não há área económica, "da agricultura aos serviços que tenha menos impostos do que tinha", para logo questionar, referindo-se a Pedro Nuno Santos, "se mentiram em tudo, o que é que nos leva a crêr que não é mais um mentiroso do Partido Socialista a candidatar-se ao cargo de primeiro-ministro?"

"Nós não temos dinheiro dos impostos para aplicar em Saúde, em Educação e em Habitação, não porque ele falte ou porque desapareça no circuito económico, é porque os  nossos milhões de milhões [de euros] continuam a ser desperdiçados num Estado ineficaz, em corrupção, em contratações, em compadrios e em desperdício", defendeu.
Outras promessas
Ventura quer ainda que os "lucros excessivos da banca" ajudem "o crédito habitação" dos portugueses e prometeu a recuperação integral em quatro anos do tempo de serviço dos professores. 

"O compromisso - este é claro e vale ouro ao contrário de Pedro Nuno Santos - em quatro anos o Chega recuperará o tempo de serviço dos professores", comprometeu-se.

O líder do Chega disse saber "o que é estar do lado certo e do lado errado", considerando que o partido tem que "ser essa voz" na defesa dos professores "porque PS e PSD deixaram de ser".

Outra promessa, já anunciada sábado, será a equiparação das pensões ao salário mínimo nacional.

"Estou preparado para ser primeiro-ministro, como Sá carneiro em 1979", garantiu André Ventura, prometendo dar "a esta República um banho de ética".

 c/ Lusa
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