O cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP às regionais de domingo na Madeira encerrou hoje a campanha com o líder nacional social-democrata ao lado, num breve passeio pelo Funchal pouco tradicional, sem bandeiras ou símbolos partidários.
"Toda a gente nos conhece, toda a gente me conhece, a gente tem os nossos métodos de fazer campanha, há 47 anos que dão resultado, deixamos os outros inventar, têm métodos muito bons, mas perdem sempre", disse Miguel Albuquerque aos jornalistas no final de um passeio com o líder do PSD, Luís Montenegro, pelas ruas do centro do Funchal.
Acompanhados por uma pequena comitiva, o também líder do Governo Regional da Madeira e Luís Montenegro subiram a Avenida Arriaga, passando pela estátua de João Gonçalves Zarco, onde alguns apoiantes do Chega aguardavam o início de uma arruada com o líder do partido, André Ventura, terminando a beber um café numa esplanada do Largo Gil Eanes.
Pelo caminho distribuíram cumprimentos e abraços, com Miguel Albuquerque a tratar algumas pessoas pelo nome, apresentando-as ao líder do PSD: "Este é o homem que vende mais carros na Madeira", disse de um cliente de um dos cafés por onde passaram.
No final, aos jornalistas, o cabeça de lista da coligação Somos Madeira voltou uma vez mais a dizer que recusará formar governo sem maioria nas eleições de domingo, insistindo que em minoria não terá condições para governar.
Relativamente às notícias sobre algum incómodo no PSD/Madeira com a presença do líder nacional social-democrata no último dia da campanha, situação que nunca tinha ocorrido, Miguel Albuquerque, que lidera a estrutura regional, recusou qualquer desconforto entre os dirigentes madeirenses.
"Dirigentes do partido não, porque quem manda no partido sou eu, aqui há gente que manda", salientou.
Interrogado se a presença do líder do PSD significa que a estrutura nacional está a `colar-se` a uma vitória do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque desvalorizou a questão, dizendo não existir "nenhum problema".
"Somos o mesmo partido, nós somos um partido autonómico, mas eu estou solidário com o Luís Montenegro e ele está solidário connosco, isso não é nenhuma questão", garantiu, sem contudo deixar de aconselhar o líder do PSD a "tomar decisões claras", "assertivas", nomeadamente apresentar uma "agenda reformadora para o IRC".
Nas anteriores eleições regionais, em 2019, o PSD falhou pela primeira vez a maioria absoluta num sufrágio na região desde 1976, optando por celebrar um compromisso de coligação com o CDS-PP para garantir a sua continuidade na governação.
Às eleições legislativas da Madeira de domingo concorrem 13 candidaturas, que disputam os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único.
PTP, JPP, BE, PS, Chega, RIR, MPT, ADN, PSD/CDS-PP (coligação Somos Madeira), PAN, Livre, CDU (PCP/PEV) e IL são as forças políticas que se apresentam a votos.
Nas anteriores regionais, os sociais-democratas elegeram 21 deputados e o CDS-PP três deputados parlamentares. O PS alcançou 19 mandatos, o JPP três e a CDU um.