Foto: José Sena Goulão - Lusa
O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, defende que Lucília Gago deve dar explicações ao país sobre a atuação da justiça e as investigações em curso. E que a procuradora-geral deve fazê-lo no Parlamento.
O antigo ministro da Justiça frisou não acreditar que "haja uma conduta premeditada, à esquerda ou à direita, para criar factos políticos por via da investigação criminal".
"Qualquer um de nós não quer acreditar que haja uma conduta premeditada para à esquerda ou à direita provocar um determinado facto politico por via de um investigação criminal, mas a verdade é que ninguém vive sozinho no mundo e é preciso ser explicado, porque se for explicado e se a situação ao ser explicada torna claro que a suspeição não existe, eu acho que estamos a contribuir para que esses dois mundos convivam de uma forma mais saudável para a democracia", vincou José Pedro Aguiar-Branco.
Pacto de regime
O presidente do Parlamento considera essencial estabelecer um pacto de regime para a justiça, mediante uma metodologia "para se chegar lá".
Questionado sobre se a justiça pode atropelar a democracia, Aguiar-Branco afirmou não poder retirar tal conclusão.
"Porque parto do principio de que as coisas acontecem não com essa intenção e isso acontece de forma involuntária, ainda mais justifica a necessidade de clarificar e ter os espaços onde os portugueses possam compreender. Acho que a Assembleia da República é o espaço de excelência para isso acontecer", propugnou.