Um comunicado do Comité de Solidariedade com a Palestina acusa a Câmara Municipal de Lisboa de estar "de cócoras perante Israel" e de pôr em risco a segurança dos seus activistas. A CML rejeita as acusações.
O Comité de Solidariedade com a Palestina, no âmbito da sua participação na campanha de "Boicote, Desinvestimento e Sanções" (BDS), convocou para a próxima quarta-feira, 26 de junho, uma manifestação para apelar ao cantor brasileiro Milton Nascimento, que não vá actuar em Israel, classificado como um Estado de apartheid.
Comunicou depois à Câmara Municipal de Lisboa a sua intenção de levar a cabo essa manifestação, deixando como habitualmente ao critério da Câmara tomar as medidas que entendesse, como diz no comunicado, "para garantir a sua segurança e a dos e das circunstantes".
Contudo, e ainda segundo aquele Comité, "a CML - que todos conhecemos pela demora com que responde aos munícipes - encaminhou imediatamente a comunicação do CSP para a embaixada de Israel", tendo, nas palavras do mesmo comunicado, enviado uma cópia à delegação palestiniana, "para parecer equânime".
Esta é, ainda segundo o comunicado do Comité, uma "atitude de autêntica delação da CML", pelo que "responsabiliza pessoalmente o seu presidente, Fernando Medina, por qualquer atentado que esbirros da Mossad possam encenar contra os participantes na concentração pacífica de 26 de junho".
Contactado pela RTP, o gabinete de imprensa da Câmara Municipal de Lisboa afirmou que é sua prática habitual reencaminhar nomeadamente para as forças de segurança e o Ministério da Administração Interna a informação relativa a manifestações, acrescentando que "sempre que um país é visado pelo tema de uma manifestação, a sua representação diplomática no nosso país é igualmente informada".