Ponta Delgada, Açores, 10 set 2020 (Lusa) -- O PAN/Açores irá concorrer pelos círculos eleitorais de São Miguel, Terceira, Faial, Pico, São Jorge, Flores e compensação, nas próximas eleições regionais de 25 de outubro, anunciou hoje o porta-voz do partido nos Açores.
Segundo Pedro Neves, as listas são "constituídas por 32 homens e por 38 mulheres, com idades entre os 20 e os 70 anos, promovendo a paridade e integrando profissionais das mais diversas áreas".
O porta-voz do partido no arquipélago falava em conferência de imprensa, em Ponta Delgada, acompanhado pela líder parlamentar do PAN na Assembleia da República, Inês Sousa Real.
Pedro Neves irá ser o cabeça de lista do partido pelos círculos eleitorais de São Miguel e de compensação.
Na Terceira, o número um da lista é Dinarte Pimentel, no Faial Alexandre Dias é o primeiro da lista, enquanto no Pico a candidatura é liderada por Helena Amaral.
A lista por São Jorge será encabeçada por Marta Dutra e a das Flores por Lúcia de Freitas.
Pedro Neves realçou que o PAN precisa de "um lugar" na Assembleia Legislativa dos Açores, para levar "mais longe" as causas do partido, considerando que a maioria absoluta do PS "estrangula a democracia e a sustentabilidade" da região.
O porta-voz do partido salientou que o "reforço da autonomia" passa por "quatro pilares fundamentais": mar, soberania alimentar, independência energética e defesa.
Na área da defesa, Pedro Neves destacou a "falta de segurança" no arquipélago e reivindicou a criação de uma polícia regional.
"A polícia regional açoriana terá autoridade administrativa decidida apenas na Assembleia Regional, sem necessidade de alterar a Constituição portuguesa, com funções de vigilância e de fiscalização, com efeito de dissuasão criminal", declarou.
Na soberania alimentar, o PAN defende a aposta na "agricultura sustentável e variada", sobretudo nos domínios hortícolas e frutícolas, uma vez que os Açores apresentam uma "dependência demasiado elevado dos mercados externos" nessas áreas.
No que se refere ao mar, o partido quer a criação de uma "brigada de vigilantes" para aumentar a "proteção de todo o ecossistema", considerando ser "urgente impedir a pesca ilegal".
O PAN sugeriu a implementação de uma "verdadeira economia circular", através do investimento dos novos fundos europeus para a criação de "empregos verdes".
Pedro Neves também defendeu a criação de uma Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas e de uma Direção Regional de Proteção e Bem-estar Animal.
A líder parlamentar do partido na Assembleia da República, Inês Sousa Real, assinalou que as eleições regionais açorianas acontecem num momento "complexo" devido à crise sanitária e à crise ambiental.
"Os Açores precisam de uma visão disruptiva para que as ilhas se desenvolvam de uma forma unificada e valorizando o maior património da região -- a natureza, a biodiversidade e os ecossistemas. É essa a visão do PAN e do seu candidato Pedro Neves para estas regionais", acrescentou.
Para a deputada ao parlamento nacional, o PAN/Açores é a "prova viva de que é possível ter representatividade e influência" mesmo sem ter representação na assembleia regional.
As próximas eleições para o parlamento açoriano decorrem em 25 de outubro.
Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).
O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.
Nas eleições regionais açorianas existem nove círculos eleitorais, um por cada ilha, mais um círculo regional de compensação que reúne os votos que não foram aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.
O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.
Vasco Cordeiro, líder do PS/Açores e presidente do Governo Regional desde as legislativas regionais de 2012, após a saída de Carlos César, que esteve 16 anos no poder, apresenta-se de novo a votos para tentar um terceiro e último mandato como chefe do executivo.
No mais recente ato eleitoral, para as legislativas nacionais de 2019, estavam recenseados e aptos a votar nos Açores 228.975 eleitores.