41.º Congresso do PSD. Governo "caiu de podre", afirma Luís Montenegro

por RTP

Foto: António Pedro Santos - Lusa

O presidente do PSD defendeu, na abertura do 41.º Congresso do partido, que o Governo do PS "não caiu por causa de um processo" judicial, mas "caiu de podre", e acusou os socialistas de instrumentalizarem a justiça para taparem "erros políticos".

"Tenho evitado contribuir para degradar ainda mais as instituições democráticas e alimentar intrigas políticas. Mas se alguém vê nisso algum receio ou alguma inibição, era o que faltava, eu sou, fui sempre, um homem livre e direi sempre o que mais interesse aos portugueses", avisou Montenegro, na abertura do 41.º Congresso do PSD."O Governo caiu de podre, por indecente e má figura na governação. Foram demasiadas mentiras, demasiados abusos de poder, demasiada falta de decência e transparência na vida política", criticou, dizendo que "é sempre com o PS que o Estado se intromete nos negócios".

O presidente do PSD defendeu que o executivo de António Costa- que anunciou a demissão a 7 de novembro - "não caiu por causa de um parágrafo" no comunicado da Procuradoria-Geral da República, "nem sequer por causa de um processo".

E deixou um aviso: "Portugal não é, não foi e não vai ser uma República das bananas".

Montenegro acusou ainda o PS de, nas últimas semanas, tentar instrumentalizar a justiça "para servir de álibi a erros políticos".

"Não que não estejamos todos sob escrutínio, é assim que tem ser, mas nos sítios próprios, com regras próprias e no tempo correto. O julgamento das pessoas e instituições não se faz na comunicação social, se isso é válido para políticos também é para magistrados", acrescentou.
Pedro Nuno Santos é o "mais fanático defensor" do 'gonçalvismo'
O presidente do PSD considerou ainda que a geringonça foi "uma versão moderna" do 'gonçalvismo', que tem "o seu mais fanático defensor" em Pedro Nuno Santos, juntamente com a "Cinderela" Mariana Mortágua.

"Nem de propósito realizamos este congresso neste 25 de novembro, quando o país vai ter novamente a oportunidade de dizer não ao 'gonçalvismo', hoje adornado numa versão moderna que se batizou como geringonça", frisou.

O líder social-democrata considerou que "o seu mais fanático defensor chama-se camarada Pedro e tem uma Cinderela chamada camarada Mortágua".


"Os princípios são os mesmos: nacionalizações, ocupação do aparelho do estado, baixos salários para todos, subsidiodependência, intolerância política, arrogância, degradação institucional e um novo desígnio socialista, bloquista e comunista, impostos máximos e serviços públicos mínimos", elencou.

Na sua primeira intervenção perante o congresso, o presidente do PSD indicou que a data e o local desta reunião magna social-democrata "não foram indiferentes", constituindo uma "oportunidade para lembrar aos portugueses que a liberdade nunca é um valor garantido em termos definitivos.

"A liberdade constrói-se e garante-se na base da moderação, tolerância e responsabilidade. Os extremismos, o radicalismo, a imaturidade, sejam de esquerda ou de direita subvertem a escolha livre e a plenitude dos valores democráticos", salientou.
Apelo ao voto dos socialistas moderados
O presidente do PSD apelou ainda ao voto dos socialistas moderados no seu partido, que classificou de "casa segura" e "porto de abrigo", dizendo que não foram os sociais-democratas que se abriram aos extremismos.

Montenegro apelou aos portugueses que "acreditam que adívida tem de se pagar", que acreditam que a TAP pode ser gerida por privados sem ser "sorvedouro de dinheiros públicos" e também aos que acreditam que a localização do novo aeroporto não pode ser decidida "por capricho"."Não pode ser decidida por uma pessoa que acorda uma manhã e disse: espelho, espelho meu, quem é que decide um aeroporto mais rápido do que eu", ironizou.

O líder do PSD apelou ainda aos que se "indignam por ver mentir governantes" no caso da indemnização à gestora da TAP Alexandra Reis, que Pedro Nuno Santos admitiu mais tarde ter avalizado por SMS.

"Aos portugueses que não se reveem num partido gerido assim, quero dizer que, mesmo que acreditem em tese no PS, têm no PSD moderado, aberto, humilde, o porto de abrigo, o porto seguro do seu voto", apelou.

E acrescentou: "Este PSD é uma casa segura para os não socialistas, mas é também uma casa segura para os que não se reveem neste novo gonçalvismo travestido de geringonça".

"Deus nos livre de ter um radical à frente do Governo, Deus nos livre de ter imaturidade à frente do Governo, uma nova geringonça para levar Portugal ainda mais para a cauda da Europa", sublinhou.

Montenegro frisou que o PSD que lidera "não é extremista, não é rápida, não é ultraliberal". "Este PSD, mais do que ser de esquerda ou de direita, é das pessoas e paras pessoas" afirmou, recebendo palmas de pé.

Na sua intervenção, o presidente do PSD fez apenas uma breve referência ao Chega, mas sempre com a tónica nas críticas ao PS.

"Dizem eles que sou eu que vou abrir a porta ao extremismo e radicalismo. Não, não sou eu que vai abrir essa porta, foram eles que o fizeram e não fizeram outra coisa nos últimos oito anos", disse.

Montenegro considerou que os portugueses já estão "cada vez mais esclarecidos" sobre a relação quer do PSD quer do PS com o Chega.

"Cada vez mais sabem que o romance entre o PS e o Chega segue aquela máxima: quanto mais se batem mais gostam um do outro", criticou.

c/Lusa
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