Arrancou o segundo dia de trabalhos do 36º Congresso do PSD. À chegada à Nave Desportiva de Espinho, Pedro Passos Coelho defendeu que “não deve haver instrumentalização do Presidente da República”, e que o PSD não o fará. Este sábado será dedicado à discussão política das propostas temáticas. Mais logo serão conhecidos os nomes escolhidos por Passos para compor os órgãos dirigentes do partido nos próximos dois anos.
À chegada ao segundo dia da reunião magna dos sociais-democratas, que decorre este fim de semana em Espinho, Pedro Passos Coelho sublinhou que "não deve haver instrumentalização do Presidente da República por parte de ninguém".
O ex-primeiro-ministro acrescentou que o Presidente da República "não é uma expressão do PSD e não deve ser instrumentalizado por ninguém, nem pelo PSD, nem pelo PS, nem por partido nenhum", reforçando que "nós não instrumentalizaremos nem tentaremos instrumentalizar, porque acho que o Presidente da República nunca se deixa instrumentalizar, porque mantemos que é importante que ele possa estar num plano diferente dos partidos e devemos respeitar sempre as suas opiniões se queremos fortalecer a instituição como queremos".
A função do Presidente deve ser “unir os portugueses”, reforçou Passos.
Questionado sobre a ausência em Espinho de dirigentes como Morais Sarmento ou Rui Rio, Passos garantiu que "não sinto a falta de ninguém porque estou muito bem apoiado dentro do PSD. O meu pai costumava dizer que só faz falta quem está".
Os militantes começaram a chegar à Nave Desportiva de Espinho por volta das 10h00 da manhã. José Eduardo Martins, ex-deputado do PSD, preparou um discurso escrito, que deverá apresentar aos militantes esta tarde. Aquele que tem sido uma das vozes mais críticas da liderança de Passos Coelho após a derrota nas eleições, quis deixar claro que a “social-democracia não é um slogan”, e tem de afirmar-se “na prática”.
Já Luís Marques Guedes, ex-ministro da Presidência do anterior Governo, enalteceu a postura “construtiva” de José Eduardo Martins, considerando que vozes como a do ex-deputado, que “têm uma visão um bocadinho diferente da atual direção”, são bem-vindas no Congresso. Marques Guedes sublinhou também as “saudades” que sente da “animação” que Marcelo Rebelo de Sousa trazia aos Congressos.
Fernando Costa, ex-autarca das Caldas da Rainha e atual vereador da Câmara de Loures, falou à chegada na “ressurreição da social-democracia”, referindo-se ao discurso de Pedro Passos Coelho que inaugurou o Congresso na noite de sexta-feira.
Paula Teixeira da Cruz, ex-ministra da Justiça do anterior Governo, reagiu aos pedidos de “renovação” dos órgãos do partido, que têm sido feitos pelos militantes, afirmando que é necessário “explicar” o que é a renovação.
O Congresso vai dedicar este sábado às intervenções políticas dos militantes, e terminará com a votação das propostas levadas ao Congresso. As propostas apresentadas esta manhã centraram-se na mudança dos estautos do partido, de forma a eleger o candidato a primeiro-ministro ataravés de eleições primárias, e ainda na regionalização.
Esta sexta-feira, naquele que foi o primeiro dia de trabalhos, Pedro Passos Coelho inaugurou o encontro com um discurso que durou mais de uma hora e que ficou marcado pelo reconhecimento da legitimidade da atual maioria que compõe o Governo. Apesar de manter as críticas, o líder do PSD classificou o acordo dos partidos de esquerda como “consistente”.
"Apesar das arestas que ainda não estão limadas, esta maioria tem vindo a ganhar consistência, devemos reconhecê-lo - o PCP, o BE e o PS podem aos olhos de muitos constituir uma maioria um pouco estranha, mas não há dúvida que se tem vindo a revelar uma maioria consistente", afirmou.
As listas aos órgãos nacionais do PSD têm de ser entregues até às 19:00 deste sábado.