25 de Abril. Luís Freitas Branco: "Houve um golpe musical em 1971"

por RTP

Foi uma espécie de hino de emancipação de uma sociedade profundamente patriarcal. Tão ousado para a época, que só ao quarto convite foi encontrada a voz e a personalidade disposta a cantar "Quem faz um filho, fá-lo por gosto". Estávamos em 1969 e Simone de Oliveira não hesitou em interpretar a "Desfolhada".

Luís de Freitas Branco é mestrando de Ciências Musicais e dedica o primeiro livro à revolução cultural que antecipou o fim da ditadura.

A tese está expressa logo na primeira linha: a senha da revolução foi a música popular portuguesa.

Em entrevista ao Jornal 2, o crítico musical identifica o ano de 1971 como um marco desse movimento, considerando que se trata mesmo de um "golpe musical", com a sucessão de canções e de eventos que "transformaram a música portuguesa" e contribuíram para derrubar a ditadura.
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