Foi uma espécie de hino de emancipação de uma sociedade profundamente patriarcal. Tão ousado para a época, que só ao quarto convite foi encontrada a voz e a personalidade disposta a cantar "Quem faz um filho, fá-lo por gosto". Estávamos em 1969 e Simone de Oliveira não hesitou em interpretar a "Desfolhada".
A tese está expressa logo na primeira linha: a senha da revolução foi a música popular portuguesa.
Em entrevista ao Jornal 2, o crítico musical identifica o ano de 1971 como um marco desse movimento, considerando que se trata mesmo de um "golpe musical", com a sucessão de canções e de eventos que "transformaram a música portuguesa" e contribuíram para derrubar a ditadura.