Livre classifica como "muito derrotista" mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa

por Lusa

A líder parlamentar do Livre classificou hoje de "muito derrotista" a mensagem de Ano Novo do Presidente da República, tanto no plano internacional como nacional, e que "não deixou grandes esperanças para o próximo ciclo".

"Esta mensagem causou-nos bastante estranheza porque nos pareceu uma mensagem muito derrotista tanto no plano internacional como no plano nacional", afirmou à Lusa Isabel Mendes Lopes.

Do ponto de vista nacional, "pareceu-nos um discurso muito derrotista porque Marcelo Rebelo de Sousa considera que se fechou o ciclo dos 50 anos do 25 de Abril e não deixou grandes esperanças para o próximo ciclo", apontou.

"Consideramos que é preciso olhar para esteve na génese do 25 Abril e o que aconteceu depois, nestes 50 anos a verdade é que Portugal melhorou muito a qualidade de vida e é importante olharmos para esse salto que Portugal deu para também darmos agora um próximo salto", considerou a líder parlamentar do Livre.

Para isso, "é preciso investir em áreas que Marcelo Rebelo de Sousa referiu: a educação, a habitação, a saúde, reduzir a pobreza estrutural é essencial e garantir a igualdade em Portugal".

São áreas "em que nós neste momento vemos em risco, tanto pelas políticas que têm vindo a ser seguidas, nomeadamente na habitação, na saúde, mas também não há uma verdadeira política de redução da pobreza estrutural e de fomento das políticas de igualdade, nomeadamente na maneira como a política é feita".

"O que percebemos é que não ha vontade de mudar estas questões estruturais da parte do Governo e o que sentimos do discurso da parte do Presidente da República é que de alguma forma há aqui um derrotismo no seu discurso", salientou, recordando que "um dos objetivos do mandato de Marcelo Rebelo de Sousa era que deixasse de haver pessoas em situação de sem-abrigo em Portugal"

"Vamos entrar no último ano do mandato com números de pessoas sem-abrigo como há muito não tínhamos em Portugal", rematou.

No plano internacional, "que foi logo o assunto de abertura do discurso, Marcelo Rebelo de Sousa basicamente disse que a Europa agora tem de esperar para perceber como os Estados Unidos se vão posicionar e que uma aliança Estados Unidos/Europa é melhor para a União Europeia, e falou também da Rússia e da China", prosseguiu.

Ora, "isto parece-nos uma posição estranha e errada porque a União Europeia continua a ser uma grande potência a nível mundial e tem um peso global muito relevante e há muito mais mundo para além dos Estados Unidos, da China e da Rússia", considerou.

A União Europeia "tem obrigação de procurar alianças com outros países, com outras áreas do globo que não passem necessariamente pelos Estados Unidos, pela China e pela Rússia", defendeu, referindo que se tratam de "três grandes potências", e agora com Donald Trump outra vez como Presidente, "governadas por líderes autoritários que não estão alinhados com os valores" do bloco europeu.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, alertou para a necessidade de solidariedade institucional e cooperação estratégica em 2025, que garanta que o país tem estabilidade e previsibilidade no ano que hoje começa, identificando o combate à pobreza e às desigualdades como prioridades.

No plano internacional, o Presidente da República considerou hoje que a União Europeia deve "fazer tudo pela aliança com os Estados Unidos da América" e ao mesmo tempo manter-se unida e não descurar aliados.

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