O primeiro-ministro português considerou hoje que a eleição de Lula da Silva como Presidente do Brasil constitui uma "nova oportunidade" para uma reaproximação entre os dois países, mas rejeitou comentar o silêncio do chefe de Estado cessante, Jair Bolsonaro.
"Já tive oportunidade de falar com o Presidente eleito, Lula da Silva, de o felicitar pessoalmente. Todos nós temos muitas saudades do Brasil e esta é uma nova oportunidade para nos reaproximarmos neste ano em que assinalamos os 200 anos da independência do Brasil", sustentou António Costa, à margem de uma visita ao recinto da Web Summit, que vai decorrer em Lisboa entre 01 e 04 de novembro.
O primeiro-ministro afirmou que o resultado das eleições presidenciais no Brasil "é uma vitória da democracia" e representa uma "esperança nova para o mundo", uma vez que Lula da Silva, no primeiro discurso que fez depois de conhecidos os resultados, demonstrou que vai haver uma "grande contribuição do Brasil para o combate às alterações climáticas".
"Foi muito importante as eleições terem sido disputadas, foram renhidas, todos vimos que foi quase contado até ao último voto", completou o líder do executivo socialista.
Questionado sobre o silêncio de Jair Bolsonaro em relação ao resultado das eleições, António Costa preferiu não se pronunciar.
"O que é importante é que os brasileiros tenham escolhido e que relativamente a Portugal haja uma oportunidade de relançamento das nossas relações", comentou.
Costa manifestou ainda a esperança em que Lula da Silva passe por Portugal no decorrer da sua deslocação à Europa.
"As portas de Portugal estão sempre abertas e o desejo que temos é que, havendo uma deslocação do Presidente eleito à Europa ainda antes da posse, se puder vir a Portugal teríamos muito gosto. Temos muitas saudades do Brasil, temos muitas saudades dele.", disse.
Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito Presidente do Brasil com 50,90% dos votos e derrotou Jair Bolsonaro (extrema-direita), que obteve 49,10%. Com 77 anos, Lula da Silva vai ser o 39.º Presidente do Brasil, depois de já ter cumprido dois mandatos como chefe de Estado, entre 2003 e 2011. É a primeira vez na história democrática recente do Brasil que um recandidato regressa ao Palácio da Alvorada depois de uma vitória na segunda volta.