Violência estende-se a vários bairros da grande Lisboa

por Antena 1

Foto: Miguel A. Lopes - Lusa

Pela segunda noite consecutiva, foram registados vários desacatos na Área Metropolitana de Lisboa. Desta vez, os distúrbios afetaram não apenas o município da Amadora, mas também Oeiras, Cascais, Loures e Sintra, onde foram incendiados pneus e contentores do lixo.

Dois autocarros arderam por completo, um deles no Bairro do Zambujal, na Amadora, e o outro na Portela de Carnaxide, em Oeiras.

Atos de vandalismo que estarão relacionados com a morte de um homem baleado pela polícia na Cova da Moura.O presidente da Câmara de Oeiras esteve reunido na última madrugada com a PSP e os bombeiros. Isaltino Morais visitou a zona da Portela de Carnaxide e, em entrevista à Antena 1, garantiu que as autoridades estão vigilantes e que não existe motivo para preocupações.


Também a Câmara da Amadora esteve reunida com bombeiros e autoridades policiais. Em comunicado, a autarquia lamenta os desacatos, que colocam em causa a ordem pública e apela a formas de manifestação pacíficas.

Foram incendiados objetos na via pública, o que obrigou à intervenção das corporações de bombeiros.

O comandante Pedro Araújo, da Proteção Civil, explicou ao jornalista João Couraceiro, ao início da madrugada, que as autoridades tiveram de dar resposta a cerca de uma centena de ocorrências desta natureza.
A PSP mantém um dispositivo reforçado, para tentar travar esta onda de vandalismo. Foi o que adiantou à A1, o intendente Sérgio Soares da Polícia de Segurança Pública.
A PSP revelou também que uma pessoa foi detida por posse de material combustível no bairro do Zambujal, na Amadora.

Estes distúrbios começaram na sequência da morte de um homem, na madrugada de segunda-feira, depois de ter sido baleado pela PSP.  Segundo as autoridades, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na zona da Cova da Moura.

Ao ser abordado, terá resistido à detenção e tentado agredir os agentes da polícia com uma faca.

Está, neste momento, a decorrer um inquérito da Inspeção-Geral de Administração Interna, para apurar se houve um uso desproporcional e excessivo de força. Ou se o agente que efetuou os disparos agiu de forma correcta, para defender a própria vida.
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