A Polícia Judiciária recapturou na terça-feira, em Pádua, no norte de Itália, o georgiano Shergili Farjiani, de 40 anos, um dos cinco homens que fugiram do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus em setembro. É o terceiro recluso a monte a ser localizado pelas autoridades. Em Marrocos, foi aceite a extradição de Fábio Loureiro para Portugal.
Shergili Farjiani foi recapturado com a colaboração das autoridades italianas. O cidadão georgiano, sublinha em comunicado a Polícia Judiciária, tem uma "extensa carreira criminal, como crimes de furto violento e falsificação de documentos".
"Refira-se que sobre este evadido recaía um mandado de detenção europeu emitido pela autoridade judiciária competente, constando de notícia vermelha na Europol", aponta ainda a polícia de investigação criminal. A captura resultou de "um persistente, complexo e ininterrupto trabalho de investigação e de recolha de informação". A fuga de Vale de Judeus, em Alcoentre, Azambuja, foi protagonizada por cinco reclusos, entre os quais dois portugueses já recapturados: Fábio Loureiro e Fernando Ribeiro Ferreira.
A RTP apurou entretanto que o tribunal marroquino que analisou o pedido de extradição de Fábio Loureiro já comunicou às autoridades portuguesas a conclusão do processo, que deverá ser agora agilizado entre as polícias dos dois países. O Ministério marroquino da Justiça informou assim o Ministério homólogo português de que a extradição foi aceite. Recorde-se que, ouvido pela justiça marroquina, o recluso concordou voluntariamente com o regresso.
"É um grande sinal que se dá"
A ministra da Justiça veio entretanto sublinhar que foi "com grande satisfação" que recebeu a notícia da captura de Farjiani, realçando que nunca duvidou do "trabalho e da capacidade para este resultado".
"Estes resultados são demorados, exigem uma grande ponderação, um grande trabalho de bastidores e a Polícia Judiciária merece toda a minha confiança", reagiu Rita Alarcão Júdice, que falava aos jornalistas após uma conferência organizada pela PJ.
"Estamos muito confiantes com os resultados e muito satisfeitos por ter sido feito através de uma boa cooperação internacional. É um grande sinal que se dá", acentuou.
Quanto à extradição de Fábio Loureiro, a ministra confirmou que o "processo judicial está concluído": "O próprio aceitou a extradição. Há um processo administrativo em curso, e quanto ao momento não poderemos, naturalmente, dar qualquer informação. Até por uma questão de segurança e sigilo que tem que ser mantido". Por sua vez, o diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, ao lado da titular da pasta da Justiça, quis enfatizar que "ainda é muito cedo para falar sobre o que os colegas italianos fizeram".
Segundo Luís Neves, o georgiano não foi apanhado pelas autoridades italianas "em flagrante delito". Tratou-se de "uma detenção em determinado meio criminal".
"Já por nós levantado que esta era uma das possibilidades dentro dos países onde os mandados de detenção europeus são válidos. Nós tínhamos a perceção que seria no sul da Europa, nomeadamente Espanha, França ou Itália de que esta personagem poderia vir a ser localizada, no seio de grupos criminosos".
Em relação ao regresso de Fábio Loureiro, o responsável admitiu que o recluso chegue nos "próximos dias".
Dois a monte
Com a recaptura de Shergili Farjiani, continuam em fuga um cidadão da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer.Os fugitivos tinham sido condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão por crimes como tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branquamento de capitais.
A fuga, concretizada a 7 de setembro, ditou a instauração de nove processos por parte do Ministério da Justiça ao ex-diretor, ao chefe da guarda e a sete guardas prisionais. Decisão decorrente das recomendações do relatório do Serviço de Auditoria e Inspeção da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
O Ministério de Rita Júdice daria ainda nota, em outubro, da abertura de dois inquéritos autónomos: um relativo ao comissário do estabelecimento prisional, pela "falta de concretização de uma medida de segurança e sobre uma situação de absentismo prolongado"; um outro à Direção dos Serviços de Segurança, tendo em vista "avaliar o seu funcionamento e a capacidade de resposta a situações desta natureza".
Seria também emitida uma certidão para o apuramento de eventuais responsabilidades disciplinares de militares da GNR sobre "as condições em que foram cedidas, sem autorização, as imagens de acontecimentos no estabelecimento prisional de Vale de Judeus à comunicação social".
c/ Lusa
"Refira-se que sobre este evadido recaía um mandado de detenção europeu emitido pela autoridade judiciária competente, constando de notícia vermelha na Europol", aponta ainda a polícia de investigação criminal. A captura resultou de "um persistente, complexo e ininterrupto trabalho de investigação e de recolha de informação". A fuga de Vale de Judeus, em Alcoentre, Azambuja, foi protagonizada por cinco reclusos, entre os quais dois portugueses já recapturados: Fábio Loureiro e Fernando Ribeiro Ferreira.
A RTP apurou entretanto que o tribunal marroquino que analisou o pedido de extradição de Fábio Loureiro já comunicou às autoridades portuguesas a conclusão do processo, que deverá ser agora agilizado entre as polícias dos dois países. O Ministério marroquino da Justiça informou assim o Ministério homólogo português de que a extradição foi aceite. Recorde-se que, ouvido pela justiça marroquina, o recluso concordou voluntariamente com o regresso.
"É um grande sinal que se dá"
A ministra da Justiça veio entretanto sublinhar que foi "com grande satisfação" que recebeu a notícia da captura de Farjiani, realçando que nunca duvidou do "trabalho e da capacidade para este resultado".
"Estes resultados são demorados, exigem uma grande ponderação, um grande trabalho de bastidores e a Polícia Judiciária merece toda a minha confiança", reagiu Rita Alarcão Júdice, que falava aos jornalistas após uma conferência organizada pela PJ.
"Estamos muito confiantes com os resultados e muito satisfeitos por ter sido feito através de uma boa cooperação internacional. É um grande sinal que se dá", acentuou.
Quanto à extradição de Fábio Loureiro, a ministra confirmou que o "processo judicial está concluído": "O próprio aceitou a extradição. Há um processo administrativo em curso, e quanto ao momento não poderemos, naturalmente, dar qualquer informação. Até por uma questão de segurança e sigilo que tem que ser mantido". Por sua vez, o diretor nacional da Polícia Judiciária, Luís Neves, ao lado da titular da pasta da Justiça, quis enfatizar que "ainda é muito cedo para falar sobre o que os colegas italianos fizeram".
Segundo Luís Neves, o georgiano não foi apanhado pelas autoridades italianas "em flagrante delito". Tratou-se de "uma detenção em determinado meio criminal".
"Já por nós levantado que esta era uma das possibilidades dentro dos países onde os mandados de detenção europeus são válidos. Nós tínhamos a perceção que seria no sul da Europa, nomeadamente Espanha, França ou Itália de que esta personagem poderia vir a ser localizada, no seio de grupos criminosos".
Em relação ao regresso de Fábio Loureiro, o responsável admitiu que o recluso chegue nos "próximos dias".
Dois a monte
Com a recaptura de Shergili Farjiani, continuam em fuga um cidadão da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer.Os fugitivos tinham sido condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão por crimes como tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branquamento de capitais.
A fuga, concretizada a 7 de setembro, ditou a instauração de nove processos por parte do Ministério da Justiça ao ex-diretor, ao chefe da guarda e a sete guardas prisionais. Decisão decorrente das recomendações do relatório do Serviço de Auditoria e Inspeção da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
O Ministério de Rita Júdice daria ainda nota, em outubro, da abertura de dois inquéritos autónomos: um relativo ao comissário do estabelecimento prisional, pela "falta de concretização de uma medida de segurança e sobre uma situação de absentismo prolongado"; um outro à Direção dos Serviços de Segurança, tendo em vista "avaliar o seu funcionamento e a capacidade de resposta a situações desta natureza".
Seria também emitida uma certidão para o apuramento de eventuais responsabilidades disciplinares de militares da GNR sobre "as condições em que foram cedidas, sem autorização, as imagens de acontecimentos no estabelecimento prisional de Vale de Judeus à comunicação social".
c/ Lusa