O anúncio foi feito hoje pelo secretário de Estado da Saúde, António Sales, e pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
A vacinação contra a doença invasiva meningocócica B, conhecida como meningite B, vai ser ministrada no primeiro ano de vida, em três doses aos 2, 4 e os 12 meses. Estima-se que, por ano, sejam ministradas vacinas a cerca de 85 mil crianças.
A vacina contra o HPV para os rapazes deve ser administrada aos 10 anos de idade, aplicando-se aos nascidos a partir de 1 de janeiro de 2009. A Direção-Geral de Saúde estima que, cada ano, sejam vacinados 40 mil rapazes, o que permitirá aumentar a imunidade de grupo. A vacina contra o HPV para as raparigas já fazia parte do Plano Nacional de Vacinação.
Neste caso, tenta-se através da vacinação diminuir a incidência do cancro do cólo do útero, que é causado pelo HPV.
A definição dos grupos de risco a quem vai ser aplicada a vacina contra o rotavírus - que provoca gastroentrites - ainda está a ser feita.
Todas as crianças nascidas em 2019 vão poder, caso queiram e seja essa a indicação médica, ser vacinadas gratuitamente já ao abrigo do novo programa, sendo “repescadas” na altura do arranque do novo Plano, referiu Graça Freitas.
O Orçamento do Estado prevê 11 milhões para o novo esquema de vacinação. A previsão inicial era de um custo de 15 milhões de euros, mas esses números foram reduzidos pelo facto de a vacina contra o rotavírus ser apenas recomendada para grupos de risco e não abrange todas as crianças.
DGS afasta polémica
Graça Freitas garante que a inclusão destas vacinas nos termos em que foi definida tem por base pareceres técnicos da Comissão Técnica de Vacinação, depois de meses de análise da sua possível inclusão no Plano Nacional de Vacinação (PNV), afastando a ideia de uma polémica com os partidos políticos que, há um ano, aprovaram no Parlamento a introdução destas vacinas no Plano, sem parecer prévio da Comissão Técnica de Vacinação.
"Não houve polémica entre a DGS e os partidos. Houve uma recomendação vinda da Assembleia e dos partidos. A DGS interiorizou a recomendação e passou-a para o nível técnico e acatou as recomendações da Comissão Técnica de Vacinação", garantiu Graça Freitas.
A Direção-Geral de Saúde explica que estas mudanças só acontecem em outubro de 2020 porque a logística de implementação do novo programa é complexa, desde os circuitos de aquisição das vacinas, ao plano de formação dos profissionais que vão ministrar a vacina, passando por um plano de comunicação aos cidadãos sobre os benefícios destas vacinas e o plano temporal de administração.
Graça Freitas destacou o elevado capital de confiança dos portugueses no Plano Nacional de Vacinação que tem colocado Portugal nos lugares cimeiros mundiais em termos de percentagem de pessoas vacinadas.