Utentes da Unidade de Saúde da Serrinha (Felgueiras) recusam atendimento na Lixa
Felgueiras, 12 Jan (Lusa) - Os seis mil utentes da Unidade de Saúde da Serrinha, em Felgueiras, opõem-se à transferência do atendimento para a Extensão de Saúde da Lixa, a cerca de cinco quilómetros, disse hoje à Lusa o presidente da junta local.
Joaquim Morais, autarca de Santão, freguesia onde funciona há alguns anos a Unidade de Saúde da Serrinha, em instalações prefabricadas, disse que a alteração foi determinada pela Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N), a pedido da Câmara de Felgueiras.
A autarquia felgueirense pretende proceder à desactivação das instalações prefabricadas onde funciona a unidade de saúde, situadas em terreno municipal, para ali iniciar, de imediato, a construção de um novo centro escolar.
Face à exigência da câmara, a ARS-N determinou o encerramento do atendimento nas instalações prefabricadas, realizado por dois médicos e dois enfermeiros, sendo os utentes encaminhados agora para a Lixa.
A Unidade de Saúde da Serrinha serve utentes dos concelhos de Felgueiras e Amarante, nomeadamente das freguesias de Santão, Aião, Vila Verde, Airães, Vila Cova da Lixa, Figueiró Santiago e Figueiró Santa Cristina.
A população tem-se manifestado contra esta decisão, alegando os incómodos e os encargos associados a uma deslocação à Lixa.
O presidente da junta sublinhou que a maioria dos utentes da unidade de saúde já entrou na terceira idade e muitos idosos são carenciados.
A mudança para a Extensão de Saúde da Lixa poderia não ter sido necessária se já estivesse concluída a construção das novas instalações da Unidade de Saúde da Serrinha, situadas em terreno contíguo ao das estruturas pré-fabricadas.
Segundo João Garção, vice-presidente da Câmara de Felgueiras, as obras da responsabilidade da ARS-N, já deveriam estar terminadas nesta altura, evitando-se a presente situação.
Face ao aspecto global da obra, é de crer que a mesma demore mais alguns meses a ser concluída.
À Lusa, o vereador salienta que a autarquia é alheia ao atraso, pretendendo apenas iniciar a construção do novo centro escolar, já consignado ao empreiteiro.
"Temos urgência em avançar com a obra, porque queremos ter o centro escolar pronto no início do próximo ano lectivo. Se o arranque da obra for protelado receio que não a tenhamos pronta a tempo", frisou João Garção.
O presidente da Junta diz compreender as razões da Câmara de Felgueiras, mas apela a uma solução que não prejudique a população mais idosa.
Joaquim Morais fala da necessidade de se arranjar um espaço próximo onde a unidade de saúde possa funcionar provisoriamente até que as novas instalações estejam prontas.
Para o autarca de Santão, essa solução terá de ser articulada entre a Câmara de Felgueiras e a ARS-Norte.
Do lado da Câmara, João Garção disse preferir uma solução em que seja assegurado pelo município o transporte diário para a Lixa dos utentes da Unidade de Saúde de Santão.
O vereador anunciou que uma solução para o problema será analisada terça-feira numa reunião a realizar com vários presidentes de junta e representantes da ARS-N.
APM.