Utentes contestam saída de médico espanhol do centro de saúde de Melgaço

por Agência LUSA

Utentes do Centro de Saúde de Melgaço estão a promover um abaixo-assinado para tentar evitar a saída de um médico espanhol em fim de contrato, mas a Sub-Região de Saúde garante que a decisão é "irreversível".

No abaixo-assinado, que já reúne cerca de 2.00 assinaturas, os signatários exigem a continuidade naquele centro de saúde do médico Napoléon Sanchez, de 36 anos, que ali presta serviço desde Agosto de 2003.

Alegam a existência de uma "ligação afectiva real" entre os utentes e o médico e sublinham o "trabalho exemplar" de Napoléon Sanchez, para tentar convencer a Sub-Região de Saúde de Viana do Castelo a renovar o seu contrato.

Contactado pela agência Lusa, o coordenador daquela Sub-Região de Saúde, João Carneiro, garantiu que a saída daquele médico é "irreversível" quando o seu contrato acabar, o que acontecerá já no dia 14 deste mês.

"Estamos a fazer a reorganização nacional dos serviços e o quadro do Centro de Saúde de Melgaço já tem médicos de medicina geral e familiar para cobrir todos os utentes", referiu João Carneiro, sublinhando que o médico da discórdia não tem aquela especialidade e, como tal, "não lhe podem ser entregues utentes".

Acrescentou que, actualmente, há ali médicos com menos de 200 utentes, "o que é um desperdício que nem num país muito rico se justificaria".

Por isso, os mais de 11 mil utentes daquele centro de saúde vão ser redistribuídos pelos 10 médicos do quadro, "o que quer dizer que no concelho de Melgaço só não terá médico de família quem não quiser".

Napoléon Sanchez é especializado em cirurgia e "ganha à peça" no Centro de Saúde de Melgaço, onde praticamente só faz serviço de atendimento permanente (SAP), já que, à falta da especialidade de clínica geral, não pode ter lista de utentes.

"Compreendo a posição dos utentes, que se agarram a um determinado médico, mas os utentes também têm de compreender que não se trata de uma maldade que estamos a fazer, mas sim uma reorganização para não se desperdiçar dinheiro", disse ainda o responsável da Sub- Região de Saúde.

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