As estatísticas espanholas indicam que se realiza uma Interrupção Voluntária de Gravidez (IVG) naquele país em cada sete minutos e que por mês são registadas 6.150 abortos, disse em Faro uma psicóloga clínica da Universidade de Sevilha.
Durante um debate público promovido pelo movimento cívico do Não denomi nado "Algarve pela Vida", sob o tema "Aborto na Europa: a experiência espanhola, um caso de insucesso", Cármen Ocaña sustentou que a liberalização do aborto em Espanha não foi uma solução, mas sim a criação de mais problemas.
Segundo aquela especialista, o governo espanhol - em Espanha não houve referendo sobre o aborto - optou pelo lado mais economicista da questão do abort o e não se dedicou a informar a população sobre as consequências físicas e psico lógicas de uma IVG e a esclarecer as alternativas ao aborto.
"Para o governo é mais barato eliminar uma pessoa do que criá-la e educ á-la", disse a psicóloga clínica, acusando a sociedade espanhola de ser hipócrit a por gastar mais dinheiro a salvar o lince ibérico do que a ajudar as mulheres em risco de abortar.
Assente na sua experiência clínica diária, Cármen Ocaña assegurou que a s mulheres, os companheiros delas e os médicos que procedem a uma IVG sofrem pos teriormente de síndrome pós-aborto.
"Transtornos emocionais e afectivos, ansiedade, sentimento de culpa, de pressão, efeitos psicossomáticos (queda de cabelo), insónia, predisposição para drogas e álcool, tendências suicidas ou preocupação com gravidezes futuras" são alguns dos sintomas daquele síndrome nas mulheres.
A especialista explicou que nos homens o síndrome pós-aborto provoca tr isteza generalizada, transtorno no sono, falta de respeito pelas mulheres e mesm o disfunções sexuais.
Lamentando as estatísticas espanholas que indicam que em cada quatro mi nutos que passam desfaz-se um casamento e em cada sete minutos há um aborto - po r dia há 207 e por ano há 80 mil abortos em Espanha -, Cármen Ocaña afirmou que Portugal irá ter um "problema grande de futuro" caso o Sim ganhe no referendo de dia 11 de Fevereiro.
Durante a acção do movimento "Algarve pela Vida", foi colocado no centr o de Faro o primeiro de uma série de novos "outdoors" de produção autónoma, que doravante serão colocados em todo o Algarve.