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Tumultos. PSP detém 13 suspeitos e identifica outros 18 em 24 horas

por Inês Moreira Santos - RTP
Miguel A. Lopes - Lusa

A Polícia de Segurança Pública deteve já 13 suspeitos e identificou outros 18, nos distúrbios que ocorreram na Grande Lisboa nas últimas 24 horas. Foram registadas 45 ocorrências de incêndio em mobiliário urbano na Área Metropolitana de Lisboa, nos concelhos de Almada, Amadora, Barreiro, Lisboa, Loures, Oeiras, Seixal e Sintra.

Nas últimas 24 horas, a PSP deteve 13 pessoas envolvidas nos desacatos na região de Lisboa. Há registo de 12 viaturas incendiadas e há ainda de três feridos.

À saída da reunião com os autarcas da regiaõ e o Governo, Carlos Moedas admitiu que o sentimento de insegurança está a aumentar na cidade de Lisboa. De acordo com o presidente da Câmara de Lisboa, em 2010 a cidade "tinha mais de oito mil polícias de Seguranças Pública e hoje tem 6.700".

"A cidade de 2010 tinha mais policiamento do que a de 2024 e isso não pode continuar a acontecer"
, disse o autarca, acrescentando que o policiamento de proximidade é "essencial porque a polícia tem de estar com as comunidades".

"É preciso continuar a investir e por isso a Câmara Municipal de Lisboa continuará investir. Se for preciso mais esquadras em Lisboa, a Câmara Municipal arranja essas esquadras".

Segundo Carlos Moedas, "à volta da mesa, alguns presidentes da câmara estão de acordo com (...) aquilo que é hoje o essencial da polícia: a segurança das pessoas".

Neste contexto, o autarca considera que o que tem de mudar são as "competências da Polícia Municipal" para que possa deter pessoas.

"Numa sociedade democrática e num Estado de direito deve haver tolerância zero à violência", afirmou Moedas. "Comportamentos violentos como os que estão a ocorrer na grande Lisboa, em todas estas autarquias, não podem acontecer. Isso posso dizer, todos os presidentes da câmara à volta da mesa estão de acordo: tolerância zero".

"O que falamos hoje foi sobre o que é essencial que é a segurança", repetiu.

Os meios da cidade de Lisboa, afirmou o autarca, "estão à disposição não só do Estado mas também das outras autarquias".

"Eu repito: nós precisamos de mais Polícia de Segurança Pública. Precisamos de mais visibilidade da Polícia de Segurança Pública", disse Carlos Moedas.

"Lisboa sempre foi uma cidade tolerante", frisou Moedas. "É uma cidade aberta, onde cabem todos. Todos se podem manifestar, mas sem violência".

E apelou:"Não podemos deixar esse contágio de violência vir para Portugal".

A reunião do Governo com os presidentes das autarquias em questão estão "em sintonia", garantiu ainda.
No fim da reunião, António Leitão Amaro anunciou que o Governo vai manter o reforço de segurança nos bairros da Área Metropolitana de Lisboa e nos autocarros.

"Entre o Governo e os autarcas (...) houve uma partilha das visões para esta região", começou o ministro da Presidência, acrescentando que condenaram "o recurso à violência como um meio totalmente ilegítimo".

"Tem que se garantir a reposição e a existência de tranquilidade e ordem pública", continuou.

Na visão do ministro, os portugueses devem sentir-se seguros "em cada região" do país. O Governo falou ainda de necessidade de aumentar o policiamento de proximidade.

“Todos os meios que o Estado português dispõe para garantir a segurança das pessoas, não só nos bairros, vão estar disponíveis”, disse António Leitão Amaro, aos jornalistas.

Segundo o ministro da Presidência, foi partilhado com os presidentes de câmara toda a atuação do Governo e das autoridades de segurança, assim como dos serviços e forças, que estão a ser realizados no âmbito dos desacatos que ocorrem desde segunda-feira, dia em que morreu um homem baleado pela PSP num bairro da Amadora, no distrito de Lisboa.

Leitão Amaro especificou que, além de mais polícias na rua, serão também utilizados meios de vigilância, que podem ser “presenciais a cibernéticos” e reiterou que as redes sociais também estão a ser escrutinadas para “detetar e prevenir todos os acontecimentos errados”.

“Vamos continuar a programar o reforço da segurança também nos autocarros”, frisou, não especificando que tipo de segurança será realizado.
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