Tumultos em Lisboa. Operação da PJ termina com três ordens de detenção

por RTP
Foto: Miguel A. Lopes - Lusa (arquivo)

A operação desta quarta-feira da Polícia Judiciária terminou com três ordens de detenção, duas das quais diretamente relacionadas com o ataque ao autocarro e outra por posse de droga no momento das buscas.

Os dois detidos associados ao ataque ao autocarro estão indiciados pelos crimes de homicídio na forma tentada, incêndio e dano.

A Polícia Judiciária efetuou esta quarta-feira uma operação de buscas em Santo António dos Cavaleiros, no concelho de Loures. Em causa estava o ataque a um autocarro durante os tumultos que se sucederam à morte de Odair Moniz. Vários suspeitos foram identificados e levados para interrogatório.

Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Zambujal, bairro do concelho da Amadora, foi mortalmente baleado por um agente da PSP, a 21 de outubro, na Cova da Moura. Seguiram-se desacatos em diferentes zonas da Área Metropolitana de Lisboa, com autocarros, automóveis, motas e caixotes do lixo incendiados.

Na altura, houve duas dezenas de detidos e pelo menos seis pessoas feridas, entre as quais o motorista do autocarro incendiado em Santo António dos Cavaleiros, que ficou em estado grave.

Entretanto, na passada quinta-feira, a família de Odair Moniz apresentou uma queixa contra a Polícia de Segurança Pública por alegado abuso de poder, revelou uma das advogadas de defesa, citada pela agência Lusa.

Em causa está o que a família considera ter constituído uma invasão policial de uma casa em luto, da qual teriam resultado danos psicológicos e materiais.

A queixa por alegados crimes de abuso de poder, dano e violação de domicílio por funcionário foi interposta no Ministério Público contra o Comando Geral da PSP e contra desconhecidos, uma vez que é desconhecida a identidade dos agentes envolvidos na intervenção.
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