A presença de um tubarão-frade em águas portuguesas não é um facto anormal, pois estes peixes frequentam o Oceano Norte em busca de algas e pequenos crustáceos, explicou à agência Lusa um especialista em biologia marinha.
O peixe foi rebocado para o porto de Sesimbra para ser retirado da água pelos serviços da Câmara Municipal de Sesimbra e de seguida transportado para u m aterro.
Segundo o biólogo marinho Élio Vicente, o tubarão-frade é o segundo mai or peixe do mundo, podendo atingir 10 a 12 metros de comprimento na fase adulta, sendo apenas ultrapassado pelo tubarão-baleia que pode atingir 18 metros de com primento.
O tubarão-frade alimenta-se de planctón (algas e pequenos crustáceos), é amistoso e não é perigoso para o ser humano.
"Os tubarões-frade vivem no Oceano Atlântico e não é nada invulgar apar ecerem na costa portuguesa, a cerca de 15 milhas (20 quilómetros)", refere o esp ecialista, adiantando, no entanto que "o que não é vulgar é encontrá-los a dois ou três quilómetros da costa".
Os tubarões-frade gostam de águas temperadas - não se encontram em água s quentes ou gélidas - e só se alimentam de pequenos animais marinhos e algas, " não oferecendo perigo nem para uma sardinha", garantiu o biólogo marinho, lembra ndo que "não têm dentes e que se limitam a filtrar micro-organismos".
O tubarão-frade é uma espécie considerada "vulnerável" na lista interna cional de Conservação da Natureza, ou seja a médio prazo - 10 anos - poderá esta r ameaçada", muito devido às capturas de pescadores na fase jovem do animal, que demora muito tempo a chegar à fase adulta e reprodutora, referiu Élio Vicente.
Na lista internacional de Conservação da Natureza existe a categoria de extinto, criticamente ameaçado de extinção, ameaçado e vulnerável.
Segundo o especialista, há cerca de 400 espécies de tubarões e muitas d elas já são consideradas vulneráveis, como é o caso do tubarão-frade.