Em declarações à Lusa, Lopes Araújo explicou que a substituição da RTPi pela SIC Internacional na grelha de programação de alguns dos mais importantes operadores brasileiros de cabo e de DTH (Direct to Home) é um processo que começou há cerca de 3 anos.

"A RTPi é difundida no Brasil desde o seu início, há cerca de 15 anos, através de um sinal satélite gratuito e universal e esse nunca foi afectado", referiu.

Em paralelo, o canal internacional público cedia, de forma gratuita, o seu sinal de transmissão a empresas privadas de cabo e DTH, sendo que algumas delas optaram por substituir a RTPi pela SIC Internacional, de acordo com o responsável.

Entre essas empresas estão a Brasil Net (a maior operadora brasileira de cabo e que é detida pelo grupo Globo), a rede Sky Brasil (também detida pela Globo) e a Direct TV (que foi comprada recentemente pela Sky Brasil).

"A RTP tem vindo a estudar e a encontrar alternativas", afirmou o responsável, adiantando que o canal começou no início deste mês a ser distribuído no mercado brasileiro pelo serviço de DTH do grupo Telefónica.

Lopes Araújo acrescentou que a RTPi tem, neste momento, acordos com cerca de 30 empresas locais de cabo e DTH e que as estimativas apontam para uma presença em 400 mil lares.

O responsável admitiu, no entanto, que a decisão dos operadores em substituir a RTPi pela SIC Internacional teve repercussões nas audiências da estação, principalmente nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

Segundo Lopes Araújo, o canal poderá ter perdido mais de metade do número de casas que recebiam a RTPi nos últimos três anos.

O director do gabinete de relações institucionais e internacionais da RTP concluiu que a presença de uma "oferta [de conteúdos em português] mais diversificada e variada" só seria melhor para a comunidade.