Terceiro doente recebeu transplante após ingestão de cogumelos venenosos
O homem que aguardava em Lisboa por um transplante de fígado, na sequência de envenenamento por ingestão de cogumelos, foi operado hoje, disse o diretor da unidade de transplantes do Hospital Curry Cabral, Eduardo Barroso.
"Foi operado durante a noite. A cirurgia acabou às 08:00", referiu o médico à Agência Lusa.
Segundo o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), cinco homens dirigiram-se na segunda-feira à noite aos Bombeiros de Sines com queixas de dores abdominais, vómitos e mal-estar geral.
Depois de chamada a viatura de emergência médica (VMER) do Hospital Litoral Alentejano, os homens, todos envenenados por ingestão de cogumelos, foram submetidos a uma lavagem gástrica e encaminhados para aquela unidade hospitalar.
Mais tarde, três deles foram transferidos para o Curry Cabral, em Lisboa, e já foram todos transplantados. Segundo Eduardo Barroso, os três homens estão internados nos cuidados intensivos e a sua situação é "gravíssima".
Para o Hospital de Santo António, no Porto, foi transportado um doente, que continuava a aguardar pelo transplante ao final da manhã e cujo estado de saúde tem vindo a agravar-se.
O quinto homem foi para os Hospitais Universitários de Coimbra, onde acabou por falecer esta madrugada.
Eduardo Barroso voltou a alertar para os perigos de se comer cogumelos frescos sem conhecer bem as espécies.
Desde o início de novembro e até hoje, o Centro de Informação Antivenenos (CIAV) recebeu, antes destes casos, 34 consultas relacionadas com a ingestão de cogumelos apanhados no campo, não tendo sido registada qualquer morte.
"Felizmente a esmagadora maioria dos casos não corresponde a intoxicações com `Amanita Phalloides`, o tipo de cogumelo responsável pelos casos mais graves e, por vezes, fatais", indicou o CIAV em comunicado. Suspeita-se que terá sido este o tipo de cogumelo ingerido pelos cinco homens.
O CIAV recomenda que, sempre que surgirem vómitos e diarreia, na sequência da ingestão de cogumelos do campo, se contacte o centro (808 250 143) ou o serviço de saúde mais próximo.