Tensão em São Bento. Bombeiros sapadores ocupam escadaria da Assembleia em protesto

por RTP

Centenas de bombeiros sapadores romperam esta quarta-feira as barreiras de segurança e ocuparam as escadarias da Assembleia da República em protesto. Os bombeiros protestam com petardos e potes de fumo.

Profissionais de todo o país juntaram-se numa manifestação ruidosa em frente à Assembleia da República.Os bombeiros estão fardados, empenham com cartazes e manifestam-se com muito ruído.

O protesto foi convocado pelo Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores. Reivindicam acertos salariais para compensar o aumento da inflação, um aumento do subsídio de risco e criticam a falta de ação dos vários governos.

Os sapadores lutam também por uma regulamentação do horário de trabalho, pela reforma aos 50 anos e um regime de avaliação específico.Os bombeiros dizem que estão a ser "ignorados e desprezados" e garantem que só desmobilizam quando tiverem uma resposta por parte do Governo.


O sindicato dos bombeiros sapadores veio entretanto atribuir responsabilidades ao Governo pelo facto de o protesto diante do Parlamento ter extravasado aquilo que estava autorizado.

"Sei que eles têm razão nos protestos. O que motivou isto foi o senhor secretário de Estado ter marcado uma reunião e, no fim, voltou a dizer que não tinha nada para apresentar. Qualquer pessoa normal devia perceber que não podemos faltar à verdade aos bombeiros. Se já andam revoltados, a probabilidade de isto acontecer era muito elevada. O culpado disto tudo acaba por ser o Governo", afirmou aos jornalistas no local Ricardo, presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores.

O sincalista admitiu que a ação de protesto "foi além do que estava legalizado", acrescentando que a direção da estrutura representativa dos profissionais vai reunir-se "para perceber o que correu mal".

Na base da escadaria da Assembleia da República, os bombeiros em protesto incendiaram pneus e queimaram um fato de trabalho. Pouco depois das 13h00, um caixão branco foi transportado em braços para a porta do Parlamento, entre gritos de "vergonha".

c/ Lusa
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