O mau tempo que já se faz sentir deve piorar nas próximas horas. A tempestade Félix, que começou nos Açores e passou pela Madeira, deve atingir o continente a partir de amanhã de manhã. Vários distritos estão sob aviso laranja. Na Madeira, milhares de passageiros ficaram em terra. Dezenas de voos foram cancelados. E em Lisboa o mau tempo provocou abatimentos de terra.
Este tipo de ondulação, afirmou em conferência de imprensa o tenente Quaresma dos Santos, do Instituto Hidrográfico, só ocorre "duas ou três vezes por ano".
O pico da agitação marítima vai atingir toda a costa oeste. O Algarve será a região menos afetada. "O nível de mar está cerca de meio metro acima do nível médio, este meio metro a mais associado a uma agitação marítima muito forte, muito grande e com um período de onda muito longo, ao alcançar a costa portuguesa, pode vir a gerar situações de galgamento da orla costeira e eventualmente causar alguns estragos", disse o tenente Quaresma dos Santos.
Tudo por causa da tempestade Félix, que chega com vento muito forte e que provoca "uma agitação marítima muito grande e energética". A situação está a ser acompanhada operacionalmente pela Marinha.
Alertas da Marinha
Por causa da tempestade que vai atingir o território, a Marinha e a Autoridade Marítima Nacional (AMN) alertam a população para que sejam evitados todos os comportamentos de risco.
De ser evitada a circulação na orla costeira, passadiços marítimos, tal como não são aconselháveis passeios nas areias das praias, bem como molhes de proteção e arribas.
Vento forte na Madeira cancela dezenas de voos
Por causa do vento forte que se faz sentir na Madeira, praticamente três dezenas de voos foram cancelados. Uma situação que afetou já cerca de 6 mil passageiros.
Estão a ser resgistadas rajadas até 100 quilómetros por hora, na maior parte da ilha. Nas terras altas as previsões apontam para vento forte a muito forte, que pode atingir 130 kms por hora.
Também as ligações de barco, entre a Madeira e o Porto Santo, foram suspensas.
Circulação de comboios com restrições
A circulação nas linhas ferroviárias da Beira Alta e Douro vai ter restrições de velocidade. A decisão faz parte de um conjunto de medidas adiantadas pela Infraestruturas de Portugal, tudo por causa do mau tempo.
A empresa sublinha no entanto que os condicionamentos pretendem, apenas, prevenir e salvaguardar a segurança de pessoas e bens.
Medidas que chegam quase uma semana depois de um comboio ter descarrilado, na zona de Mortágua, o que levou na altura à suspensão da linha da Beira Alta.
Aluimentos em Lisboa
Também por causa do mau tempo, registaram-se abatimentos de piso na rua de Angola, rua Garret e Arco do Carvalhão. Não há registo de danos materiais nem de feridos, informou a Proteção Civil municipal.
Na rua de Angola, freguesia dos Anjos, foi criado um "perímetro de segurança" em torno das fissuras que apareceram esta manhã. A Polícia Municipal continua no terreno, "não existindo ainda uma data" para a intervenção técnica necessária no piso.
Na rua Garrett (Chiado), freguesia de Santa Maria Maior, foi igualmente estabelecido um perímetro de segurança em torno do buraco. "De momento não há condições para reparar o buraco, devido ao mau tempo, mas logo que estiverem reunidas todas as condições serão feitas as intervenções necessárias", disse à agência Lusa fonte da Câmara Municipal de Lisboa, pelas 16:50.
De acordo com a fonte da Proteção Civil, na rua do Arco do Carvalhão, em Campo de Ourique, uma derrocada, inicialmente identificada pelo serviço municipal como um "abatimento", obrigou à mobilização para o local uma equipa da autarquia com o objetivo de "limpar a via para assegurar a normal circulação de trânsito e pessoas".
Fonte da Proteção Civil municipal disse à Lusa que, devido às previsões meteorológicas, nos próximos dias estarão no terreno, 24 sobre 24 horas, equipas de técnicos da Proteção Civil, com especial incidência nas zonas junto à faixa costeira.
c/ Lusa