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Tancos. Ex-chefe de gabinete de Azeredo admite receção de documento

por RTP
“A documentação verdadeira foi entregue hoje no início da tarde no DCIAP, pelos serviços do meu advogado”, disse Martins Pereira João Relvas - Lusa

O ex-chefe de gabinete do ministro da Defesa assume, pela primeira vez, que recebeu documentação sobre a recuperação das armas roubadas em Tancos. Em exclusivo para o Sexta às 9 da RTP, o tenente-general Martins Pereira adianta que já fez chegar ao DCIAP o documento que lhe foi entregue na reunião com os responsáveis da Polícia Judiciária Militar.

Martins Pereira havia já confirmado o encontro. Contudo, nunca admitira ter recebido um memorando na reunião que manteve com o antigo diretor da Polícia Judiciária Militar e o major Vasco Brazão.O ex-chefe de gabinete de Azeredo Lopes acrescenta que o documento entregue é o “verdadeiro”.


Pela primeira vez, o tenente-general admite estar na posse, desde novembro de 2017, de documentação sobre a recuperação do material roubado dos Paióis Nacionais de Tancos.

“A documentação verdadeira foi entregue hoje no início da tarde, no DCIAP, pelos serviços do meu advogado”, adiantou, num resposta enviada ao Sexta às 9, da RTP.


Até ao momento, o ex-chefe de gabinete do ministro Azeredo Lopes limitara-se a afirmar que, no encontro com os antigos elementos da PJM, não vislumbrou qualquer indicação de encobrimento de eventuais culpados do furto de Tancos. Ou seja, assumiu a reunião mas nunca disse para que efeito esta havia sido marcada.

Ficou assim aberto espaço para dúvidas. E iniciou-se um braço-de-ferro com o antigo porta-voz da PJ Militar, que em tribunal assegurou que, depois de as armas serem recuperadas, o ministro da Defesa foi informado da encenação alegadamente combinada com a GNR de Loulé.

Azeredo Lopes negou categoricamente que já soubesse do encobrimento. E voltou a aparecer publicamente ao lado do primeiro-ministro, António Costa, que reforçou a confiança no titular da pasta da Defesa.

Desconhece-se, por enquanto, a versão do coronel Luís Vieira, antigo diretor da PJM, entre os arguidos da Operação Húbris.

Por sua vez, Vasco Brazão pediu ao juiz de instrução criminal para ser novamente ouvido. O militar prometeu também entregar ao DCIAP o documento que fez chegar ao ex-chefe de gabinete do ministro da Defesa na reunião de novembro. Resta saber se o documento que Brazão vai enviar é o mesmo que Martins Pereira já entregou aos procuradores.
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