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Suspeito de homicídio do proprietário de “O Avião” fica em prisão preventiva

por RTP
O advogado Carlos Melo Alves afirma que não cabe a "um elemento da Polícia Judiciária vir a público dizer seja lá o que for" RTP

O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa decidiu manter em prisão preventiva o alegado autor do homicídio, em 2007, do proprietário do antigo bar "O Avião", na Segunda Circular. À saída do Tribunal, o advogado responsável pela defesa de Jorge Chaves deixou críticas ao desempenho da Polícia Judiciária.

O juiz de instrução criminal, afirmou o advogado Carlos Melo Alves à saída do TIC, deveria "ser o primeiro a ter conhecimento do que se passa, dos factos que são alegados e de todas as provas". Foi nestes termos que o representante de Jorge Chaves, o presumível autor do homicídio de José Gonçalves, responsabilizou a Polícia Judiciária pela divulgação de detalhes do processo.

O advogado sublinhou que não cabe a "um elemento da Polícia Judiciária vir a público dizer seja lá o que for, libertando detalhes que não tem que libertar antes do primeiro interrogatório judicial".

"Obviamente que há uma certa manipulação e uma certa viciação dos dados que, neste fase, nos deixaram um pouco preocupados", afirmou Carlos Melo Alves, acrescentando "não esperava" que o TIC determinasse uma medida de coacção mais leve.

Jorge Chaves, detido na passada quinta-feira em Ponta Delgada, ficou a conhecer a medida de coacção do juiz de instrução criminal após 12 horas de interrogatório. O suspeito reafirma a sua inocência e tenciona interpor recurso da prisão preventiva para o Tribunal da Relação.

Judiciária revelou cadastro

O homicídio ocorreu em finais de 2007 na capital, quando a vítima abandonava o local do bar "O Avião", depois de fechar as portas daquele estabelecimento. Na versão da polícia, o crime terá sido perpetrado com a utilização de um engenho explosivo instalado no automóvel de José Gonçalves e accionado à distância.

Em comunicado difundido na sexta-feira, a Polícia Judiciária alegava que, na base do crime, poderia estar uma "irreversível degradação do relacionamento pessoal e profissional entre autor e vítima".

Os alegados desentendimentos remontariam a 2003, quando Jorge Chaves e José Gonçalves terão começado a divergir a propósito de um estabelecimento de diversão nocturna que partilhavam, enquanto associados, nos Açores.

Na mesma nota, citada pela agência Lusa, a Polícia Judiciária revelou que o detido "possui registos por crimes violentos e posse e tráfico nos Estados Unidos, de onde foi expulso".

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