Em direto
Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Suspeitas de corrupção. Detido presidente da Câmara de Espinho

por RTP
Miguel Reis foi eleito presidente da Câmara de Espinho pelo Partido Socialista nas autárquicas de 2021 Lusa (arquivo)

A Polícia Judiciária deteve esta terça-feira o presidente da Câmara Municipal de Espinho. Miguel Reis é suspeito da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, prevaricação, abuso de poder e tráfico de influências. Entre os detidos nesta operação está o chefe da Divisão de Urbanismo da autarquia.

Ao início da tarde, a Operação Vórtex continuava em curso. Em causa está o licenciamento de projetos imobiliários e foram igualmente detidos empresários.

O inquérito investiga ainda licenciamentos anteriores a 2018 e pode vir envolver o anterior autarca, segundo apurou a RTP.
Em comunicado entretanto remetido às redações, a Polícia Judiciária adianta ter realizado, "através da Diretoria do Norte, em inquérito crime titulado pelo Ministério Público - DIAP Regional do Porto", uma "uma operação policial para cumprimento de mandados de detenção e de buscas, no âmbito de investigação da criminalidade económico-financeira".

"Foram executadas cerca de duas dezenas de buscas, domiciliárias e não domiciliárias, que visaram os serviços de uma autarquia local, residências de funcionários da autarquia e diversas empresas sedeadas nos concelhos de Espinho e Porto, tendo-se procedido à detenção de cinco pessoas", lê-se na nota.

Além de Miguel Reis, foram detidos: João Rodrigues, arquiteto do gabinete de arquitetura JRCP com sede em Espinho; José Costa, chefe da Divisão de Obras da Câmara de Espinho; e Francisco Pessegueiro, dono do grupo Pessegueiro. Uma quinta pessoa que foi detida não está ainda identificada.

A Judiciária indica que "os detidos, um titular de cargo político, um funcionário da autarquia e três empresários, encontram-se indiciados pela prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, prevaricação, abuso de poderes e tráfico de influências".Miguel Reis foi eleito presidente da Câmara de Espinho pelo Partido Socialista nas autárquicas de 2021.


"A investigação versa sobre projetos imobiliários e respetivo licenciamento, respeitantes a edifícios multifamiliares e unidades hoteleiras, envolvendo interesses urbanísticos de dezenas de milhões de euros, tramitados em benefício de determinados operadores económicos", prossegue a PJ.

Na Operação Vórtex, que contou com a presença de magistrados do DIAP Regional Porto, estiveram envolvidos investigadores e peritos financeiros da Diretoria do Norte, bem como peritos informáticos de várias estruturas da Polícia Judiciária.

Os detidos vão agora ser presentes ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto para o primeiro interrogatório judicial e a aplicação de medidas de coação.
Tópicos
PUB