A polícia do Rio de Janeiro está a investigar uma quadrilha especializada em falsificar a substância Meta Crill, usada contra rugas, e vendê-la no Brasil e em vários países, incluindo Portugal, informaram hoje fontes policiais.
De acordo com a Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial, o produto falsificado pode causar infecções e até morte de células (necrose) nos pacientes.
Muito utilizado em clínicas estéticas, o Meta Crill é empregado na correcção de rugas e sulcos da face e também para aumentar o volume dos nádgas e dos lábios.
Além dos danos para a saúde, a falsificação do Meta Crill causa um prejuízo anual de 4,6 milhões de reais (1,66 milhões de euros) ao laboratório que registou a fórmula na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Brasil.
O laboratório calcula que 80 por cento do mercado esteja nas mãos dos falsificadores.
As investigações da polícia, que já duram há três meses, comprovaram que, além de Portugal, o grupo exporta para a Espanha, França, Argentina, Uruguai, México, Costa Rica e Equador.
A quadrilha tem base no Rio de Janeiro e ramificações em São Paulo e no Espírito Santo, segundo informações divulgadas pela imprensa brasileira.
A falsificação de medicamentos é considerada crime hediondo no Brasil, com pena de 10 a 30 anos de prisão para os responsáveis.
A Anvisa informou que os técnicos da agência não têm conhecimento da falsificação do produto e que a fiscalização é de responsabilidade dos funcionários da Vigilância Sanitária dos Estados.