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Sondagem. Portugueses a favor do fecho de escolas e disponíveis para confinamento semelhante a 2020

por Paulo Alexandre Amaral - RTP
Remo Casilli - Reuters

Uma ampla maioria de portugueses (77%) concorda com um confinamento mais restritivo, semelhante ao que foi imposto em março e abril do ano passado, de acordo com um inquérito do CESOP da Universidade Católica para a RTP e o Público. O mesmo estudo aponta para a concordância com o encerramento das escolas (54%) e a implementação de aulas à distância, como aconteceu há um ano.

A possibilidade de enfrentar um confinamento mais restritivo, semelhante àquele que foi imposto pelo Governo nos meses de março e abril de 2020, é um cenário que acolhe uma ampla maioria de opiniões favoráveis no inquérito realizado pela Universidade Católica: 47% dos inquiridos afirmam “concordar” e 30% “concordar totalmente”.

À questão “qual a posição face a um novo confinamento geral idêntico ao de março/abril do ano passado”, apenas 19% da amostra manifestou opinião contrária, com 14% dos inquiridos a dizerem “discordar” e 5% a “discordarem totalmente”.

Num momento em que a pandemia assume em Portugal números catastróficos, é clara a posição dos portugueses, que responderam às questões do centro de estudos da Católica há uma semana, entre 11 e 14 deste mês de janeiro, quando o cenário era muito semelhante ao desta semana, com os hospitais a apresentarem sinais de ruptura nos vários serviços.
De acrescentar que os níveis de concordância aumentam com a progressão nas faixas etárias (idade), apesar de se manterem muito semelhantes desde os 18 aos +65 anos).

Entre os intervalos etários dos 18-24, 25-34, 35-44 e 45-54 a curva mantém-se nos 73-74% de concordância, aumentando apenas nas faixas 55-56 anos para os 81% e +65 para os 83%.
Escolas encerradas e ensino à distância
A mesma tendência relativamente à posição dos portugueses acerca do ensino e da viabilidade de manter os estabelecimentos abertos. O encerramento das escolas e a implementação de aulas à distância, tal como aconteceu no final do ano letivo de 2019/2020, surge neste inquérito como um cenário aceitável para os inquiridos.

Apesar de a tendência não ser tão assertiva como em relação à questão anterior, ainda assim uma maioria de 54% por cento dos inquiridos manifesta a sua concordância com “o fecho de escolas, passando todos os alunos para ensino à distância”: 31% “concordam” com esta possibilidade e 23% “concordam totalmente”.
Mas há também 38% de inquiridos que não querem nem o encerramento das escolas nem o ensino à distância: 25% “discordam” e 13% “discordam totalmente”. Ontem, durante o anúncio do endurecimento das regras deste novo confinamento, o primeiro-ministro não escondia estar mais próximo deste grupo quando afirmava que “não se justifica, do ponto de vista sanitário, o custo social e no processo de aprendizagem da atual geração impor por um segundo ano letivo limitações ao ensino presencial”. António Costa sublinhava que o fecho dos estabelecimentos de ensino teve um custo muito elevado e que, “portanto, não se justifica alterar a decisão tomada relativamente ao funcionamento das escolas”.

No entanto, já hoje, António Costa admitiu o encerramento de escolas caso a estirpe inglesa se torne dominante: “Neste momento é adequado proteger e garantir a educação desta geração. Quando a sobrevivência desta geração depender do encerramento das escolas é isso que será feito”, afirmou António Costa durante o debate das novas medidas em pleno Parlamento, com um anúncio da implementação de testes rápidos nas escolas já a partir desta quarta-feira.
Adiamento das Presidenciais
Esta foi uma das questões colocadas à amostra representativa dos portugueses neste inquérito da Católica: “Há quem proponha o adiamento das eleições presidenciais. Admitindo que existe forma legal de adiar as eleições, qual a sua posição?”.

A esta possibilidade e a escassos cinco dias do dia de votação, que se realiza a 24 de janeiro, houve divisão total dos inquiridos, com muito ligeira vantagem daqueles que discordam (47%) do adiamento das eleições.

Entre a amostra, 28% diz “discordar” e 19% “discordar totalmente”. A estes 47% contrários ao cenário de adiamento opõem-se 46% disponíveis para um adiamento das eleições presidenciais: 27% “concordam” e 19% “concordam totalmente”.
Ficha Técnica

Este inquérito foi realizado pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP e para o Público entre os dias 11 e 14 de janeiro de 2021. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 2001 inquéritos válidos, sendo 46% dos inquiridos mulheres, 29% da região Norte, 20% do Centro, 38% da A.M. de Lisboa, 6% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários, região e voto nas legislativas2019. A taxa de resposta foi de 44%. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 2001 inquiridos é de 2,2%, com um nível de confiança de 95%.
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