José Sócrates prometeu hoje fazer uma auditoria às contas nacionais caso o PS ganhe as eleições, mas recusou a repetição do discurso do "país de tanga" feito por Durão Barroso quando chegou ao Governo em 2002.
Basta o que basta", disse o líder do PS hoje em Bruxelas, no final de um encontro com o grupo socialista europeu.
"O país está de tanga", afirmou Durão Barroso em 17 de Abril de 2002, no início do debate do programa do XV governo constitucional na Assembleia da República centrado na situação económica do país.
O primeiro-ministro da altura insistiu na dramatização das contas públicas, defendendo a necessidade de sacrifícios, como o aumento do IVA e a flexibilização das leis laborais, para contrariar a tendência despesista que considerou ter sido marca dos governos socialistas.
José Sócrates assegurou que se os socialistas ganharem as eleições irão pedir, assim como em 2002, que uma "Comissão" independente faça uma "avaliação rigorosa" do estado das contas públicas em Portugal.
"Mas não vamos dramatizar, como foi feito no passado" por Durão Barroso, garantiu Sócrates.
Uma Comissão independente presidida pelo governador do Banco de Portugal confirmou, alguns meses depois de o PSD assumir as responsabilidades governamentais, que o défice orçamental português de 2002 estava acima dos três por cento impostos pelo Pacto de Estabilidade.
O défice de 4,1 por cento transmitido por Lisboa a Bruxelas para as contas de 2001 levou a Comissão Europeia a abrir um processo de infracção contra Portugal em Julho de 2002.
O secretário-geral do PS, José Sócrates, reúne-se ainda hoje com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, no âmbito de uma visita de um dia a Bruxelas que inclui encontros com deputados europeus e emigrantes portugueses.
O dia do secretário-geral socialista inclui ainda um almoço com eurodeputados portugueses do seu partido, terminando com um jantar com emigrantes e militantes socialistas, em que participará a candidata do PS pelo círculo da Europa, a ex- eurodeputada Maria Carrilho.