O primeiro-ministro garante mão pesada para "os criminosos" que estão na origem dos incêndios. Luís Montenegro sustenta que "há coincidências a mais" e aponta a criação de uma equipa para aprofundar a investigação criminal sobre as causas dos incêndios.
O governo decidiu declarar situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios. O primeiro-ministro afirma que desta forma vai ser possível “oferecer o apoio mais imediato e urgente, oferecer alojamento para aqueles que ficaram sem casa”, ajudar também com roupa e alimentação a “quem perdeu tudo”.
O primeiro-ministro anunciou ainda que a ministra da Justiça vai “criar diálogo com PGR, PJ e forças de segurança” para aprofundar a investigação criminal sobre as causas dos incêndios. Luís Montenegro afirma que “há interesses que sobrevoam estas ocorrências (…) tudo vamos fazer para os levar à mão da Justiça”.
“Não podemos perdoar a quem não tem perdão. Não podemos perdoar a ações criminosas que estão na base” dos incêndios dos últimos dias, “há coincidências a mais”. O primeiro-ministro promete “não vamos largar aqueles que em nome de interesses particulares … são capazes de empobrecer o nosso país”.
Luís Montenegro anunciou que vão ser criados "regimes excecionais para que todos os profissionais da Administração Pública possam estar disponíveis para as operações nos próximos dias, a começar nos bombeiros"."Bombeiros a quem, mais uma vez, prestamos o nosso tributo e, repito, não deixando de combater e de dar sequência àquela que é a luta que eles travam por nós", sublinhou o líder do governo.
A declaração do primeiro-ministro começou por ”reiterar o pesar pela partida de três bravos bombeiros que estavam ao serviço de todos nós” para depois sublinhar a gratidão por quem luta contra os incêendios.
Durou cerca de duas horas o Conselho de Ministros extraordinário que teve a presença do Presidente da República. Antes das declarações de Luís Montenegro, Marcelo Rebelo de Sousa já tinha afirmado “concordo com as deliberações” do governo. "Não é uma mera solidariedade institucional", "é solidariedade estratégica (…) estamos todos juntos por uma causa nacional".
O presidente da República espera que a situação dos incêndios melhore até ao fim de semana, mas fez questão de alertar que "não podemos ter a tentação da facilidade".
Declarações esta terça-feira à noite, na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, no fim de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, presidida por Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a situação dos incêndios.