Crise política na Madeira. Representante da República leva a Belém vontade de eleições dos partidos

por RTP
Ireneu Barreto apontou como data “mais provável” para eleições antecipadas o dia 9 de março, acrescentando que tal cenário “depende exclusivamente da vontade” do presidente Pedro A. Pina - RTP

É mais um passo no processo político após o derrube do Governo Regional da Madeira. O representante da República para a Região Autónoma avista-se esta segunda-feira, em Belém, com o presidente. Ireneu Barreto vai oficializar, junto de Marcelo Rebelo de Sousa, a informação de que não pôde ser obtida uma solução para substituir o Executivo de Miguel Albuquerque. E consultar o chefe de Estado.

A reunião foi confirmada à agência Lusa pelo gabinete do representante da República para a Madeira. Belém, todavia, não a divulgou.

Foi na passada terça-feira que a Assembleia Legislativa da Madeira aprovou uma moção de censura submetida pelo Chega contra o Governo Regional minoritário do social-democrata Miguel Albuquerque - colhei os votos favoráveis de toda a oposição e apenas PSD e CDS-PP votaram contra.Ireneu Barreto ouviu na quinta-feira todas as forças políticas por ordem decrescente de representação parlamentar: PSD, PS, JPP, Chega, CDS-PP, IL e PAN.


No termo das audições aos partidos, o representante da República adiantou que todos “pugnaram eleições o mais depressa possível”. E sublinhou ter procurado uma uma solução governativa no “quadro da atual legislatura”. Diligência que“ não teve qualquer sucesso”.

Ireneu Barreto apontaria como data “mais provável” para eleições antecipadas o dia 9 de março, para acrescentar que tal cenário “depende exclusivamente da vontade” do presidente da República, “depois de ouvir os partidos e o Conselho de Estado”.
“Guerra fratricida”
Quanto à liderança da estrutura insular do PSD, Miguel Albuquerque tem fechado a porta à realização de um congresso extraordinário ou de eleições diretas, afirmando que este quadro equivaleria a “entrar numa guerra fratricida” com dividendos a averbar pelos demais partidos. Na ótica do presidente do Governo Regional, os madeirenses preferem eleições regionais a breve trecho, tendo em vista “estabilidade política”.

No dia em que o representante da República auscultou os partidos com assento parlamenta o líder dos social-democratas da Madeira martelou a tecla da realização de legislativas antecipadas “o mais rapidamente possível”, de modo a que o “hiato não seja muito longo, uma vez que isso não é compatível com os interesses da população”.

De restou, também PS, Chega e JPP empregaram a fórmula “o mais rápido possível”. O PAN acenou com uma variação: “Quanto mais rápido melhor”.

o CDS-PP, que tem um acordo de incidência parlamentar com o PSD, defendeu a marcação de eleições “em prazo razoável”, uma vez que “pode haver necessidade de alguns partidos repensarem as suas estratégias, repensarem as suas formas de atuar”.

A IL disse-se igualmente pronta para a antecipação de eleições legislativas.

Ouvido Ireneu Barreto, Marcelo Rebelo de Sousa terá ainda de ouvir os partidos com representação parlamentar e convocar o Conselho de Estado antes de dissolver a Assembleia Legislativa da Madeira, à luz da Constituição da República – momentos que Belém poderá remeter para o início do próximo ano.

c/ Lusa

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