Seis frentes ativas continuam a preocupar a proteção civil no concelho de Castro Daire, sendo a que está na freguesia de Moledo a "mais preocupante", disse hoje o presidente do município.
Cerca das 21:30, o presidente da Câmara de Castro Daire, no distrito de Viseu, afirmou que a situação estava "mais favorável" no concelho, apesar de admitir que "não significa que a situação não seja muito preocupante".
"Temos seis frentes ativas em vários pontos do concelho. A mais preocupante continua a ser na zona de Aguadalte, Casais do Monte e Covelo de Paiva [na freguesia de Moledo] e temos também na freguesia de Cabril e na serra do Montemuro", apontou Paulo Almeida.
Ao longo do dia as frentes variaram entre 12 e 10, o que torna a atual situação "ligeiramente melhor", no entender do autarca que tem como preocupação também "os reacendimentos que têm acontecido".
"As condições climatérica também estão a ajudar um bocadinho, porque apesar de ser melhor a perspetiva, continua a ser preocupante", sublinhou.
Paulo Almeida disse ainda que as localidades onde se situam as frentes ativas "não estão propriamente em risco, mas os ventos podem mudar e ficarem em risco, mas, para já, não estão".
"Nós estamos a contar que, durante a noite, começamos a conseguir controlar estas frentes. É esta a nossa perspetiva. Existe também a perspetiva que possa haver a ocorrência de alguns aguaceiros que podiam vir a ajudar e, juntamente com o trabalho dos operacionais no terreno, debelarmos este incêndio durante a noite", desejou.
O autarca disse ainda que, durante o dia de hoje, "não se registaram danos em edifícios ou habitações, apesar de, algumas vezes, alguns terem estado em risco".
Paulo Almeida admitiu que ainda não teve oportunidade de começar a contabilizar os danos e a área ardida, mas disse saber que, "pelo menos, 70% a 75%" do território foi afetado pelos incêndios.
"A agressividade deste incêndio foi tal que temos sítios em que eu olhava para lá e nunca diria que poderia passar lá um incêndio e as chamas varreram completamente o território", afirmou.
Sem ter "dados concretos" sobre os bens afetados pelas chamas, o autarca sabe que "há veículos, máquinas, equipamento agrícola, barracões e estruturas agrícolas que arderam", mas, "assim que possível, o levantamento vai ser feito".
Este incêndio teve o alerta na segunda-feira, pelas 22:23, "terá chegado" a Soutelo, na freguesia de Mões, por um que deflagrou em Vila Nova de Paiva e, hoje, pelas 22:00, mobilizava 820 operacionais apoiados por 260 veículos.
Um segundo incêndio no distrito de Castro Daire deflagrou na terça-feira, pelas 13:46 em Moção, na freguesia de Pinheiro, serra de Montemuro, que alastrou a São Pedro do Sul e Arouca, e hoje, pela mesma hora, mobilizava 115 operacionais apoiados por 38 veículos.
Sete pessoas morreram e 166 ficaram feridas devido aos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e sexta-feira dia de luto nacional.