Secretário regional cancela agenda por motivos de saúde e falha audição no parlamento

por Lusa

O secretário regional de Saúde e Proteção Civil da Madeira, Pedro Ramos, cancelou hoje a sua agenda pública por motivos de saúde, não comparecendo assim à audição prevista para sexta-feira no parlamento madeirense, anunciou o seu gabinete.

"Informamos que, por aconselhamento médico, o secretário regional de Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, cancelou a sua agenda pública", informou a Secretaria em nota de imprensa.

Segundo a nota, "assim que a sua situação de saúde seja restabelecida, o governante irá retomar todos os eventos e compromissos públicos".

A informação foi enviada aos órgãos de comunicação social pouco antes de o parlamento da Madeira ter indicado, também em comunicado, que a Comissão Especializada Permanente de Saúde e Proteção Civil agendara para sexta-feira a audição a Pedro Ramos sobre "as decisões nos incêndios" que lavraram durante 13 dias no mês de agosto.

"A audição de Pedro Ramos acontece na próxima sexta-feira, pelas 10:00, e será transmitida em direto no Canal Parlamento (site da Assembleia Legislativa da Madeira e página do Facebook ParlamentoMaisPerto)", explicou a presidente da comissão, Lina Pereira (JPP), citada no comunicado.

Fonte da Secretaria Regional da Saúde e Proteção Civil indicou à agência Lusa que, apesar da marcação da audição, o parlamento fora previamente informado de que Pedro Ramos não poderia comparecer por motivos de saúde.

Na sexta-feira, 07 de setembro, o secretário regional sentiu-se mal na ilha do Porto Santo e foi transportado de urgência para o Funchal, mas retomou a atividade na segunda-feira.

Hoje voltou a cancelar a agenda pública "por aconselhamento médico" e não vai comparecer na audição parlamentar sobre os incêndios, que foi requerida pelo JPP e aprovada na comissão parlamentar com os votos favoráveis do proponente (dois votos), o mesmo número do PS, um do CDS-PP e a abstenção dos quatro deputados do PSD.

Além de Pedro Ramos, o JPP quer ouvir o comandante dos Bombeiros Mistos da Ribeira Brava e Ponta do Sol, Sidónio Pio, e o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil da Madeira, António Nunes, bem como o presidente do Governo Regional (PSD), Miguel Albuquerque.

O chefe do executivo madeirense já indicou que vai responder por escrito.

A audição requerida pelo JPP sobre o incêndio de agosto decorre do facto de o partido considerar que Miguel Albuquerque e Pedro Ramos têm de ser "responsabilizados do ponto de vista político" e também "pelo elevado grau de negligência, pelo desnorte patenteado e pela ausência de decisões atempadas [no combate ao fogo], que colocaram em sério risco a vida de populações e animais".

O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou em 14 de agosto nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. No dia 26, ao fim de 13 dias, a Proteção Civil regional indicou que o fogo estava "totalmente extinto".

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para 5.104 hectares de área ardida, embora as autoridades regionais tenham sinalizado 5.116.

Durante os dias em que o fogo lavrou, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores foram regressando a casa.

Segundo o Governo Regional, não houve registo de feridos ou da destruição de casas e infraestruturas públicas essenciais, embora algumas produções agrícolas tenham sido atingidas, além de áreas florestais.

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