Relação de Lisboa mantém penas de prisão para Manuel Pinho e Ricardo Salgado
O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu esta sexta-feira manter as pena de dez anos e de seis anos e três meses de prisão, respetivamente, para Manuel Pinho e Ricardo Salgado. Deu assim como provado um pacto corruptivo entre os antigos ministro da Economia e patrão do Grupo Espírito Santo, no âmbito do caso EDP.
Os tribunais entendem que Pinho recebeu uma avença de 15 mil euros mensais, enquanto era governante, para beneficiar o Grupo Espírito Santo no Governo de Sócrates.
O ex-ministro pode ainda recorrer para o Supremo Tribunal de Justiça.A defesa de Manuel Pinho pediu ao tribunal "coragem" para dizer que o antigo ministro não foi corrupto no caso EDP. Já o advogado de Ricardo Salgado queria que a pena de prisão efetiva passasse a suspensa.
Também a mulher do antigo ministro, Alexandra Pinho, foi condenada a quatro anos e oito meses de pena suspensa por branqueamento de capitais e fraude fiscal.
Em causa está o alegado recebimento por Manuel Pinho de cerca de 4,9 milhões de euros, incluindo uma mensalidade de cerca de 15 mil euros enquanto era governante, para favorecer os interesses do Banco Espírito Santo.
"Não nos conformamos", refere a nota, onde se lê ainda: "esperamos a justiça que até agora não obtivemos".
Embora as decisões executivas sob suspeita neste processo não envolvam a EDP, o caso resultou da investigação às chamadas rendas excessivas da elétrica, cuja acusação foi deduzida em outubro de 2024 pelo Ministério Público, incluindo contra o ex-governante.
Manuel Pinho está em prisão domiciliária desde dezembro de 2021 e os restantes arguidos em liberdade.