O Ministério Público mantém encerrados os dois inquéritos que abriu à estranha morte de João Álvaro Dias. Agora descobrimos que o juíz Ivo Rosa, que tem em mãos a operação Marquês, mandou apagar o nome e todas as referências ao advogado da acusação feita pelo Procurador Rosário Teixeira em 2006. Sem qualquer fundamentação e modificando o documento original.
Apesar de ter sido sujeito a 26 processos-crime, João Álvaro Dias nunca foi preso e contou também com o apoio de outro juíz. O desembargador Gomes Correia, ex-presidente do Tribunal Central administrativo do Sul, escreveu um longo depoimento abonatório apenas oito meses antes de o advogado ter morrido.
Uma morte em circunstâncias misteriosas que aconteceu no dia de Natal, apenas um mês depois de ter sido condenado a uma pena efetiva de cinco anos e seis meses de prisão, numa quinta em Benavente onde só estavam a mulher, a filha, o sogro e o empregado brasileiro que afinal tinha a propriedade em seu nome.
O corpo foi cremado em 48 horas. A mulher, que já não vivia em comunhão de facto com João Álvaro Dias, promoveu um funeral apenas para os amigos mais próximos e só a família foi autorizada a ver o corpo.
A prova fundamental do crime nunca foi investigada pela Judiciária. O Sexta às 9 encontrou o carro do acidente fatal e não tinha vestígios de sangue.
As versões do acidente, dadas pelas testemunhas, são contraditórias e a manobra descrita é mecanicamente impossível.
Álvaro Dias terá morrido ao tentar travar o Rolls Royce, que depois de ter estacionado terá começado subitamente a deslizar numa rampa apesar de estar engatado em marcha atrás o que significa que, nessa posição, o advogado nunca poderia ter conseguido sair do carro.