A três dias de completar seis meses, o novo Rádio Clube Português prepara-se para a sua "primeira temporada a sério", que começará em Setembro, disse à agência Lusa o director da estação, Luís Osório.
"Em Setembro será o começo a sério do novo Rádio Clube, vamos dar início à primeira temporada", afirmou Luís Osório, explicando que, desde o reposicionamento, a 29 de Janeiro, a estação "tem estado num período de adaptação, para experimentar modelos e ideias".
A grelha da "primeira temporada" vai estrear-se a 10 de Setembro e conta com apostas em novos horários para "conquistar outros públicos".
Uma das apostas será o horário do final das tardes dos dias de semana - entre as 17:00 e as 20:00 - para captar os ouvintes que estão no regresso a casa.
O programa "Janela Aberta" contará assim com um novo apresentador, cujo nome Luís Osório preferiu não avançar, e com um novo formato "mais animado" e "uma perspectiva diferente da de `hard news` da manhã".
A conquista de novos públicos passa também pelo fim-de-semana.
Nestes dois dias será possível ouvir três novos programas, dois de manhã e outro a preencher o serão.
"Vamos fazer um grande investimento no horário entre as 07:00 e as 13:00 de sábados e domingos", notou o director, explicando que, nesse período, serão emitidos dois novos programas.
"Entre as 7 e as 10 horas teremos um programa em que tudo poderá acontecer", começou, adiantando tratar-se de "um `talk-show` com repórteres na rua, em sítios imprevistos, e um comunicador [em estúdio] e que terá uma componente de espectáculo" para "revitalizar as manhãs de rádio".
No horário seguinte, entre as 10 e as 13 horas, será transmitido um magazine "que funcionará como uma espécie de revista da semana e que terá também convidados".
A outra aposta dos fins-de-semana será "um programa desportivo, com início às 18:00 e que irá durar até às tantas", antecipou o director.
Estas novas apostas, defende Luís Osório, servirão para reforçar uma grelha que tem, actualmente, o seu ponto forte nas manhãs.
"De manhã o meu balanço é muito positivo", disse, assegurando que o Rádio Clube Português (RCP) "tem dado mais exclusivos do que a TSF ou a Antena 1".
Apesar das audiências mostrarem uma queda continuada desde início de 2006, que se manteve mesmo depois do reposicionamento, Luís Osório não se mostra preocupado.
"O primeiro Bareme [estudo da Marktest que analisa as audiências, neste caso, das rádios] é do período de Janeiro a Março e o novo RCP começou em final de Janeiro", o que significa que "os valores apontados não eram nossos", mas sim relativos a quem estava habituado a ouvir naquela frequência um RCP dedicado à música dos anos 60 a 80.
"Conseguir passar de uma estação de música para uma de palavra, é uma mudança muito profunda" e o RCP "começou em contra-ciclo, porque normalmente se dá início a novos projectos em Setembro", alegou o director que admite que os 1,4 por cento de audiência registados no segundo Bareme do ano (Abril-Junho) "já é uma conquista do RCP".
"Perdemos as cerca de 200 mil pessoas que ouviam anteriormente o Rádio Clube, mas já conquistámos cerca de 120 mil", disse, sublinhando que "os primeiros seis meses foram só de adaptação".
Mesmo em relação à quota de publicidade, Luís Osório mostra-se confiante, afirmando que "os números são animadores", mas sem revelar valores.
"Temos praticamente a mesma quota que tínhamos antes do reposicionamento" e isso representa "valores acima das expectativas, embora abaixo do que teremos daqui a um ano", assegurou.
Por outro lado, garantiu, "estamos a cumprir o orçamento" planeado pela Media Capital e "não queremos perder essa grande vantagem que é ter um desenvolvimento sustentado".
"É muito importante que o projecto resulte, não só para a Media Capital, mas para todo o meio rádio", concluiu.