Razões de segurança estiveram na origem da partida antecipada do navio "Iera Petra" de Beirute, na segunda-feira, sem que dez dos 11 portugueses que deveriam ter sido transportados para Chipre pudessem embarcar, afirmou hoje a diplomacia grega.
Cerca de 300 pessoas, incluindo gregos, franceses, portugueses e de outras nacionalidades, foram impedidos de embarcar, tendo o Governo de Atenas já transmitido o seu "descontentamento" às autoridades francesas que fretaram o barco grego, disse o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros da Grécia.
Theodore Kassimis acrescentou, no entanto, que "aceitou" as explicações das autoridades francesas para o facto de 83 gregos terem ficado em terra.
"Os franceses disseram-nos que a partida do barco tinha sido acelerada, o que provocou a interrupção do embarque", explicou Kassimis.
De acordo com um representante da companhia marítima Dane, proprietária do navio, em declarações a uma rádio grega, o "Iera Petra" teve de partir antes do fim do embarque porque o acordo com os israelitas previa que tivesse de deixar o porto de Beirute antes do cair da noite.
As operações de evacuação estão a ser desenvolvidas no meio de um ambiente "muito difícil, tanto ao nível da segurança, como das comunicações", sublinhou, por seu lado, a ministra dos Negócios Estrangeiros grega, Dora Bakoyannis.
O cônsul honorário de Portugal em Beirute, Carlos Boudlos, disse à Agência Lusa que os portugueses que aguardam em Beirute o embarque para o Chipre estão bem e numa área completamente segura.
Quanto ao facto de os portugueses não terem embarcado no ferry "Iera Petra", Boudlos explicou que "houve uma emergência enquanto as pessoas estavam a embarcar e o navio teve de partir por questões de segurança".
Os portugueses estão agora a aguardar o embarque num navio para o Chipre, o que deve acontecer quarta-feira, indicou à Lusa o cônsul honorário de Portugal no Líbano.