O coordenador do plano de envelhecimento ativo, Nuno Marques, destacou hoje a "adesão maciça" ao programa Radar Social, que permite constituir equipas para identificar as pessoas mais vulneráveis e mapear todas as situações numa plataforma central.
"Teve uma adesão maciça dos municípios em termos nacionais e este radar vai ser essencial porque vai identificar as pessoas para depois permitir a atuação no âmbito de todas as outras medidas previstas", disse à Lusa Nuno Marques.
O coordenador do Plano de Ação para o Envelhecimento Ativo e Saudável considerou que esta será "uma aposta ganha no futuro", tendo em conta a adesão dos municípios, numa medida que tem apoios do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Segundo explicou, as equipas municipais -- algumas já no terreno -- farão o mapeamento das situações de maior vulnerabilidade, permitindo depois "uma atuação mais fina" e ajustada em cada território.
"Há equipas no terreno a começar já e os municípios que ainda não as têm estão a constituí-las, com base nos `timings` previstos", disse o responsável, apontando que será depois disponibilizada pelo Instituto da Segurança Social uma plataforma central para que tudo fique mapeado, facilitando o acesso a esta informação e dando uma "visão mais global" para ajudar na aplicação de "políticas de atuação mais precisas no futuro".
O projeto Radar Social prevê a criação de 278 equipas técnicas multidisciplinares para projetos piloto, em Portugal continental, com a duração de 27 meses, de acordo com a dimensão populacional residente em cada concelho e a abrangência da intervenção. Estas equipas estão integradas nos Conselhos Locais de Ação Social (CLAS), da Rede Social, das Câmaras Municipais.
Num balanço feito à Lusa do Plano Nacional de Envelhecimento Ativo, que foi publicado em janeiro em Diário da República, o responsável destacou ainda as ações de sensibilização e apoio às populações mais isoladas que a GNR e a PSP têm desenvolvido.
O Plano de Ação para o Envelhecimento Ativo e Saudável inclui 83 medidas e 135 atividades, promovendo respostas integradas e articulando políticas nas várias áreas de atuação.
O plano está estruturado em seis pilares: Saúde e bem-estar; Autonomia e vida independente; Desenvolvimento e aprendizagem ao longo da vida; Vida laboral saudável ao longo do ciclo de vida; Rendimentos e economia do envelhecimento e Participação na sociedade.
Em Portugal, os dados do Censos 2021, publicados pelo Instituto Nacional de Estatística, revelam um aumento expressivo da população idosa e um decréscimo da população jovem. Por cada 100 jovens portugueses existem já 182 idosos.
Portugal é um dos países com Índice de Envelhecimento mais elevado do Mundo e projeções recentes colocam-no como o 4.º país a envelhecer mais rapidamente.