A queixa-crime contra três elementos do Chega pode chegar já esta segunda-feira à Procuradoria-Geral da República. O calendário da entrega das dezenas de milhares de assinaturas depende da agenda do procurador-geral, Amadeu Guerra. O líder do partido, André Ventura, o líder parlamentar, Pedro Pinto, e o assessor Ricardo Reis são acusados, nesta ação, de instigação à prática de crime, apologia da prática de crime e incitamento à desobediência coletiva.
Miguel Prata Roque, um dos subscritores da queixa-crime, explicava na passada sexta-feira, em declarações à RTP, o que poderia estar em causa nas ações de nomes do Chega.
“Houve incitamento à prática de um crime, houve apologia de prática de crime e houve também uma ofensa à memória da pessoa falecida”, sustentava. “Quando alguém com responsabilidade política incentiva, acicata, a polícia a usar de armas contra cidadãos, está a fazer um incitamento à desobediência coletiva e isso é também punido pelo Código Penal”, rematou então Prata Roque.
“A revolução”
No sábado, ao discursar diante da Assembleia da República, após uma manifestação de apoio às forças de segurança, André Ventura clamou ser alvo de uma tentativa de prisão, garantido que, independentemente do desfecho da queixa-crime, o Chega levará a cabo “a revolução” para pôr termo ao que descreveu como o “sistema dos últimos 50 anos”.
“É a revolução, a verdadeira revolução que nós queremos fazer em Portugal. Não há prisão que pare essa revolução, porque para prender a um eles terão de nos prender a todos e terão de nos pôr a todos na cadeia, a todos, a todos na cadeia”, atirou o presidente do Chega.
Antes queixara-se já de “um conjunto de vândalos a destruir o país todas as noites”: “Se quem acabar por ir para a prisão for eu, está tudo errado neste país, está tudo errado na democracia, está tudo errado no Estado de direito que defendemos”.A manifestação do Chega decorreu como resposta a outra ação, realizada à mesma hora, em Lisboa, para reividicar justiça pela morte de Odair Moniz.
O funeral de Odair Moniz - o homem de 43 anos baleado no início da semana passada por um agente da PSP, na Cova da Moura, Amadora - realizou-se na tarde de domingo. Várias centenas de pessoas estiveram no cemitério para uma homenagem.
A missa de corpo presente decorreu na Igreja da Buraca, ao início da tarde, e contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais.
c/ Lusa
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