A Associação de Proteção e Socorro (APROSOC) criticou hoje a "ausência de equipamento específico para a deteção de obstáculos no ar", após um helicóptero que estava a combater um incêndio em Amares (Braga) se ter despenhado.
"Infelizmente esta queda em nada nos surpreendente, estes meios reportam frequentemente avarias em voo (...), colocando mesmo em causa as inspeções técnicas realizadas", realçou o presidente da APROSOC, João Paulo Saraiva, em comunicado.
Para João Paulo Saraiva, a ausência de equipamento de detenção de obstáculos "continua a fazer vítimas e a revelar que nada se aprendeu com os acidentes anteriores em que outros pilotos ficaram feridos ou perderam a vida".
O dirigente deu como exemplos os incêndios na Trafaria, no concelho de Almada (Setúbal), em que o sistema de água da aeronave não abria e de outro helicóptero, que combatia um fogo "no norte do país" e partiu a cauda na aterragem.
"Os pilotos destes meios [aéreos] devem ser as pessoas mais crentes na proteção divina, porque a proteção técnica deixa aparentemente muito a desejar", observou.
João Paulo Saraiva deixou ainda a questão: "se uma aeronave pode ser tripulada somente pelo piloto, o que evita a queda até mesmo numa zona habitacional em caso de doença súbita do piloto?".
Um helicóptero que estava a combater um incêndio no concelho de Amares, distrito de Braga, despenhou-se ao final da tarde de hoje na freguesia de Caldelas, disse à agência Lusa o autarca local.
Segundo o presidente da Câmara de Amares, Manuel Moreira, que se encontra próximo da zona do acidente, o aparelho caiu na União de Freguesias de Paranhos e Caldelas, na localidade de Real, quando combatia um incêndio no concelho.
O piloto do helicóptero "está consciente e colaborante", disseram à agência Lusa fontes de socorro.
Segundo estas fontes, a equipa médica já está junto do piloto.
Fonte ligado ao setor da aviação acrescentou à Lusa, pelas 21:00, que o piloto ainda se encontrava encarcerado no helicóptero, dando conta de que a viatura de desencarceramento não conseguia chegar ao local do acidente.
Segundo a mesma fonte, o aparelho trata-se de um Bell 412, operado pela Helibravo e sediado nos Arcos de Valdevez, distrito de Viana do Castelo, e que o acidente aconteceu "após a última largada do dia" e depois de "embater num cabo de muito alta tensão".