O incêndio que lavra no concelho de Ourém, distrito de Santarém, alvo de um reforço de meios nas últimas horas, mobilizava às 00:30 de hoje perto de 700 operacionais, segundo a Proteção Civil.
Segundo a página oficial na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), pelas 00:30 estavam no terreno 681 operacionais, com o apoio de 209 viaturas.
Pelas 22:30 de sexta-feira, estavam no combate às chamas 515 operacionais.
O vento está a "afetar as ações de combate" esta noite no incêndio que lavra desde às 14:40 de sexta-feira no concelho de Ourém, disse à agência Lusa, pelas 23:30, a Proteção Civil.
Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém afirmou ainda que "não vai haver recuperação noturna" devido à escassa humidade no ar.
"Aquilo que prevemos é que haja uma redução da intensidade do vento no período noturno, no entanto, as previsões meteorológicas vão ser desfavoráveis", observou, afirmando que a "entrada da humidade não vai ocorrer".
O fogo obrigou ao corte da circulação ferroviária na Linha do Norte, desde cerca das 18:30 de sexta-feira, indicou fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém.
Um aviário foi destruído por este fogo, provocando um prejuízo de cerca de um milhão de euros, disse à Lusa fonte da empresa situada em Resouro, na freguesia de Urqueira.
Pelo menos 50 pessoas foram retiradas das suas casas, por precaução, devido a este incêndio, disse à Lusa o presidente Câmara de Ourém, Luís Albuquerque.
A tarde de sexta-feira também ficou marcada por um acidente entre um veículo dos bombeiros, que combatia este incêndio, e um automóvel, tendo provocado três feridos ligeiros, ocupantes da viatura particular, que foram assistidos no Hospital de Leiria.
Pelas 00:30, o incêndio em Ourém era o único fogo ativo em Portugal continental que reunia mais preocupações.
Em todo o país, em ações de rescaldo e consolidação ou em fogos já dados como extintos, mantinham-se no terreno 1.250 bombeiros, com o apoio de 406 viaturas, num total de 36 ocorrências.
O fogo que deflagrou em 06 de agosto no concelho da Covilhã e atingiu a serra da Estrela, estendendo-se ao distrito da Guarda, nos municípios de Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, e atingiu ainda o concelho de Belmonte, no distrito de Castelo Branco, já dado como dominado, mobilizava ainda, pelas 00:30, 614 operacionais, com o apoio de 206 viaturas.
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, anunciou hoje que o território continental vai estar em situação de alerta entre os dias 21 e 23 de agosto devido ao risco de incêndios.
José Luís Carneiro explicou também que a determinação da situação de alerta durante este período pressupõe "especiais limitações quanto ao uso do fogo, ao uso de máquinas e ao uso de trabalhos agrícolas, bem como no que diz respeito ao acesso aos espaços florestais", sublinhando que a utilização do fogo é apontada como causa em 54% das ocorrências, aos quais se juntam outros 10% de causas diversas.