Programa AD. Montenegro promete aumento do salário mínimo para 1.100 euros e redução do IRC até 17%

por Graça Andrade Ramos, Rachel Mestre Mesquita - RTP
Miguel A.Lopes - Lusa

O presidente do PSD, Luís Montenegro, apresentou esta sexta-feira o programa eleitoral da coligação Aliança Democrática (AD) - PSD/CDS com promessas de aumento do salário mínimo para 1.100 euros, redução do IRS e do IRC, investimento em Defesa e a proibição de telemóveis nas escolas para menores de 12 anos.

Luís Montenegro começou a conferência de imprensa, no Centro de Congressos de Lisboa, a garantir aos portugueses que podem contar com o espírito de equipa de uma "coligação que tem funcionado tão bem que parece só um partido" e que tem vontade de servir Portugal.
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Apesar da instabilidade mundial, o primeiro-ministro afirmou que "Portugal está bem e recomenda-se", com estabilidade económica e financeira e sem estabilidade política roubada pela oposição. Luís Montenegro acusou a oposição política de se ter juntado para tirar a estabilidade ao país e empurrado os portugueses para eleições antecipadas. 

"O mundo mudou e está instável", observou Montenegro. "A pressão do exterior é enorme e é importante termos sentido de responsabilidade, de realismo e de fazer o interesse coletivo face a qualquer outro interesse", considerou.

Antes de renovar as suas promessas para as eleições legislativas de 18 de maio, o líder do PSD elencou os feitos do Governo da AD em áreas como a saúde e a educação, culpando "o estado de degradação" dos serviços públicos que não permitiu ao Governo da Aliança Democrática resolver todos os problemas no último ano.
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"Se as políticas seguidas forem invertidas os resultados vão piorar", garantiu Montenegro, apelando ao voto de confiança dos portugueses para continuar a governar o país. 

Apesar de considerar que a AD tem "os pés na terra" e "não promete mundos e fundos" aos portugueses, ao contrário da oposição,  Luís Montenegro anunciou um programa eleitoral com "ambição, realismo e responsabidade" que promete o aumento dos salários, a redução imediata de impostos sobre os rendimentos do trabalho e um investimento em Defesa.
Descida dos impostos
O programa eleitoral da AD prevê excedentes orçamentais para toda a legislatura, sendo o mais curto no próximo ano, de 0,1%, e calcula que a dívida pública baixe para 75,1% do PIB em 2029.

De acordo com o programa eleitoral da AD - Coligação PSD-CDS mantém-se a previsão de excedente orçamental de 0,3% para este ano, que já estava no Orçamento do Estado para 2025, e de 0,1% para o próximo ano.

Para 2027, a AD espera um saldo positivo nas contas de 0,3%, para 2028 de 0,2% e para 2029 de 0,3%.

Para ajudar ao crescimento, Montenegro prometeu uma redução dos impostos sobre o rendimento, em especial para a classe média, num valor equivalente a dois mil milhões de euros, dos quais 500 milhões já no próximo ano.

No novo programa da AD está prevista uma descida transversal gradual do IRC até 17 por cento e de 15 por cento para pequenas e médias empresas (PME), inferior à redução prometida no programa de 2024 que previa uma redução de 21 para 15 por cento em três anos até 2028 (ao ritmo de dois pontos percentuais por ano).
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O primeiro-ministro prometeu também na reeleição mudar as regras de contratação pública, considerando que são "mais" e que "não podem bloquear", deixar "parados" ou "suspensos", os investimentos públicos.
Aumento dos salários

A AD prevê igualmente o aumento dos rendimentos gerais dos portugueses, com o aumento do salário mínimo para os 1.100 euros (atualmente nos 870 euros) e do médio para os 2.000 euros até ao final da próxima legislatura, assim como que nenhum pensionista ganhe menos de 870 euros em 2029.
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Investimento em Defesa

O presidente do PSD anunciou que o Governo da Aliança Democrática prevê um investimento em defesa que pretende dinamizar a economia portuguesa e ter um retorno económico "sem prejudicar em nada toda a despesa e todo o investimento" nas políticas públicas.

"Vamos investir mais na área da defesa por responsabilidade nacional mas também por compromissos com os nossos aliados e parceiros da União Europeia (UE)", afirmou Luís Montenegro.

"Mas fazemo-lo, e isto é um compromisso inabalável, sem prejudicar em nada toda a despesa e todo o investimento no Estado Social, na saúde, na educação, na mobilidade, na cultura, no desporto, no ambiente, em todas as políticas públicas", prometeu.
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O primeiro-ministro disse que a AD não confunde despesa com investimento e que a estratégia passa por dinamizar a economia através da criação de indústrias conexas à defesa, como indústrias dos componentes, dos moldes ou ainda do têxtil.

"Nós não confundimos despesa com investimento, nós alocamos recursos financeiros mas não passamos cheques apenas para comprar material", afirmou.
Combate à criminalidade 

O líder do PSD afirmou ainda que um novo Governo por si liderado vai alterar as leis penais para que crimes graves e violentos possam ter julgamento sumário e rápido, e prometeu reforçar o policiamento de proximidade.

"Vamos prosseguir o esforço de reforço de policiamento de proximidade e de combate à criminalidade mais grave e violenta, nomeadamente nos centros urbanos"
, declarou.

Depois, avançou com uma medida nova em matéria de combate à criminalidade grave e violenta.
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Habitação, imigração e saúde

Quanto à habitação pública, e depois de lançar farpas sobre acusações que nem sempre se justificam, Luís Montenegro revelou que a coligação tem como objetivo, para a próxima legislatura, de "garantir o financiamento a todas as estratégias locais de habitação promovidas pelos municípios portugueses", que, ao dia de hoje, incorporam a construção de 136 mil novas habitações.

Sublinhando que "não podemos ter centenas de milhares de pessoas que não se sabe onde estão nem o que estão a fazer", Luís Montenegro defendeu impor regras à imigração, para "garantir o essencial", como habitação condigna e um contrato de trabalho e o acesso à saúde.
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Sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), o líder do PSD considerou que "o nosso SNS está mais robusto" e "é mais eficiente do que era há um ano atrás", referindo o propósito de reforçar a rede de USF e, na medicina familiar, apostar no reforço dos cuidados materno-infantis e nos serviços de urgência.

Luís Montenegro concluiu o que será o estribilho da campanha da AD, que "Portugal está bem e recomenda-se mas nada está garantido" e "Portugal não pode parar". 
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